Desempenho de IPOs recentes bate o Ibovespa
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 06/11/11
Um levantamento do banco Credit Suisse no Brasil aponta que o desempenho da maioria dos papéis das empresas que entraram na Bolsa foi melhor do que o registrado pelo índice Bovespa no mesmo período.
"A moral da história é que, apesar do mercado estar fechado [para abrir capital] neste momento, a experiência dos investidores que entraram em IPOs nos últimos dois anos é muito positiva", diz José Olympio Pereira, responsável pela área de banco de investimentos do Credit Suisse no Brasil.
"A grande maioria dessas ações 'outperformou' [teve desempenho melhor que] o mercado", acrescenta ele.
Neste ano, até julho, foram 11 ofertas, assim como em todo o ano de 2010. Dos papéis lançados em 2011, seis bateram o Ibovespa.
A valorização, porém, foi maior entre as ofertas do ano passado: dos 11 IPOs, nove subiram mais que o índice.
A captação total com as operações também foi superior em 2010: R$ 11 bilhões contra R$ 6,9 bilhões em volume levantado neste ano.
"O problema está mesmo com o mercado e não com os IPOs, que devem voltar a ser bem recebidos assim que o mercado melhorar", afirma José Olympio Pereira.
BÔNUS NA CONSTRUÇÃO
A Odebrecht captou US$ 250 milhões (cerca de R$ 435 milhões) com a reabertura de bônus perpétuos realizada em setembro de 2010.
O montante foi obtido nas primeiras 12 horas de sexta-feira passada com investidores asiáticos, europeus e norte-americanos, de acordo com Jayme Fonseca, diretor financeiro da companhia.
"Usaremos o valor para operações de 'equity' até 2012 e como capital de giro da construtora", diz Fonseca.
Os juros serão de 7,5% ao ano, mesmo valor acordado na operação do ano passado, quando foram captados US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 870 milhões).
"Abrimos a janela por apenas 12 horas devido à volatilidade do mercado. Mantivemos o valor dos juros mesmo em situação mais adversa que em 2010. Pretendíamos fazer a operação desde o final de julho, mas tivemos que esperar o momento mais adequado", diz o diretor financeiro.
EMERGENTE É MAIS RECEPTIVO A MARCAS ESTRANGEIRAS
Os consumidores de países emergentes aceitam melhor as marcas internacionais do que os de países desenvolvidos, segundo pesquisa da Colloquy feita no Brasil, na China, na Índia, nos EUA, na Austrália e no Canadá.
O estudo aponta que, em média, 35% da população dos países emergentes consideram positivo que haja concorrência entre empresas nacionais e internacionais e afirmam até que os produtos estrangeiros são mais confiáveis. Nos países desenvolvidos, esse número fica em 7%.
Com 43%, os chineses são os que mais aprovam a concorrência com companhias internacionais. Nove em cada dez consumidores afirmaram que as marcas globais são mais confiáveis.
Os australianos foram os que se mostraram mais contrários às estrangeiras.
BULA MONITORADA
A Orizon, empresa de automação e operação de processos para seguradoras de saúde, vai expandir sua atuação no setor de medicamentos.
Especializada em serviços como elegibilidade de consultas e internação, a empresa também começou a fazer entregas de remédios em domicílio a pacientes segurados crônicos.
A meta agora é gerar um banco de dados do paciente com informações ambulatoriais e de uso de remédios.
"O que é novo é a possibilidade de combinar dados de assistência médica e clínica a consumo na farmácia.
Será possível acompanhar possíveis pacientes crônicos antes do início da doença, o que reduz o custo das empresas", diz Sergio Santos, presidente da companhia.
Bradesco Seguros, Cielo e Cassi/Banco do Brasil são acionistas da Orizon, que teve, em média, 10 milhões de transações ao mês em 2011.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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