sexta-feira, novembro 04, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Trabalho formal pode custar 133% mais
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 04/11/11

Um dos setores que concentram grande parte das denúncias de trabalho degradante, o varejo têxtil levantou dados que apontam um custo do trabalhador formal às confecções mais que o dobro de um informal. Estudo encomendado pela ABVTEX (associação do varejo) à Fipe mostra que nas confecções da região metropolitana de São Paulo, o custo do salário para o empregador formal, por funcionário, chega a ser 133,22% mais. "O estudo empírico diz que se pode chegar a esse acréscimo para empresas que usam o regime de lucro real", diz Gabriela Borger, da Fipe.

O levantamento também aponta que trabalhadores informais têm ganho líquido de 9,2% a 27,3% a mais que os funcionários registrados. O ganho dos informais é aliado à quantidade de peças produzidas, ao contrário dos formais, cujo salário é fixo. É também esse tipo de operário, porém, que costuma aparecer em casos de trabalho análogo à escravidão. "Na remuneração por peça, eles recebem mais, por isso trabalham mais", diz José Guzzardi, da ABVTEX. "É uma análise simplista. O informal não tem férias, 13°. É explorado. Não há como comparar o profissional liberal que opta por ser autônomo com isso", diz a procuradora Catarina Von Zuben, do MPT da 15ª região.

Os limites de faturamento para o Simples e o lucro presumido estimulam pulverização em micro e pequenas confecções e podem propagar informalidade, diz a entidade.

TEMPO PERDIDO
As empresas de internet e de TV a cabo são as que mais fazem os brasileiros esperarem em casa para ser atendidos, de acordo com levantamento Zogby/Ibope. Entre as pessoas que disseram já ter aguardado por algum tipo de serviço, 66% relacionaram o problema com companhias de banda larga e 48%, de TV paga.

"O resultado é parecido com o de outros países, como EUA e Alemanha. As companhias desse setor não têm a tecnologia necessária para avisar o horário em que chegarão", diz Yuval Brisker, fundador da TOA Technologies, que encomendou o estudo. O número de clientes que indicariam a empresa para amigos cai de 45% para 9% com o atraso de 15 minutos ante o horário combinado. A impontualidade de mais de uma hora na chegada dos funcionários que realizariam o serviço representa 95% de insatisfação na clientela. Além do Brasil, onde foram ouvidas mil pessoas, a pesquisa também foi realizada na Alemanha, nos EUA e no Reino Unido.

ÍNDICE ENERGÉTICO
A plataforma eletrônica de negociação de energia elétrica Brix vai lançar o Índice Brix Convencional PLD + Prêmio, que a partir do dia 10 será calculado diariamente. Será divulgado o valor do prêmio praticado nos contratos negociados entre agentes do ambiente de contratação livre no mercado spot. O mercado livre representa os grandes consumidores de energia. O prêmio é um componente do preço que se soma ao PLD (preço técnico) e resulta no preço real da energia. O número não era facilmente conhecido até então e deve trazer mais transparência às negociações, segundo a empresa. "O prêmio pode variar. Em setembro, chegou a superar o próprio PLD", diz Marcelo Mello, CEO da Brix. O índice calcula a média ponderada das operações negociadas na plataforma diariamente com vencimento no mês, para o submercado Sudeste/Centro-Oeste.

TREM FRANCÊS
Uma comitiva de 22 empresários e políticos da região de Lille, norte da França, chega amanhã a São Paulo para avaliar as possibilidades de negócio com o Brasil. Os franceses dessa região, responsáveis por 60% da produção da indústria ferroviária do país europeu, pretendem investir no setor de transporte. "Nossa prioridade é o Rio de Janeiro", diz Luc Doublet, presidente internacional da câmara comercial de Norte-Pas-de-Calais.

Competitividade Representantes dos trabalhadores do setor químico se reúnem hoje pela manhã em Brasília com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) para discutir medidas contra a desindustrialização.

MAIS BRITÂNICOS
A Burberry coloca mais gás em suas vendas no Brasil no ano que vem. A grife britânica já fechou a abertura de mais duas lojas no país: a primeira será inaugurada em abril, no Shopping Iguatemi JK, em São Paulo, e a segunda unidade, em novembro, no Shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. Há dois meses, a Burberry se estabeleceu no Brasil com um novo escritório, nos padrões de Londres, e trouxe para o país um time de profissionais responsáveis pela gestão da marca na América Latina, segundo a empresa. Com duas lojas abertas no Brasil, no Shopping Iguatemi São Paulo e no Shopping Iguatemi Brasília, a empresa abre no próximo domingo a sua terceira butique, desta vez no Shopping Pátio Higienópolis, de SP. Será a primeira unidade a vender a linha infantil da grife do Reino Unido.

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