Melhor mobilidade urbana está no Rio, diz estudo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 23/10/11
São Paulo e Rio ocupam posições opostas em qualidade da mobilidade urbana.
A conclusão é de estudo que leva em consideração aspectos como razão entre renda da população e tarifa de ônibus, acidentes e uso de automóvel ou bicicleta.
Enquanto o Rio tem baixa parcela de deslocamentos com veículos individuais, o carro é mais presente em São Paulo, que tem também tarifa de ônibus proporcionalmente mais cara.
A maior cidade do país tem a menor proporção de vias adequadas a bicicletas, segundo pesquisa do Mobilize Brasil, entidade que reuniu dados de capitais brasileiras para fomentar o debate sobre políticas públicas.
O estudo conclui que há prevalência do transporte individual motorizado em detrimento do coletivo, prática pouco sustentável.
A discrepância entre São Paulo e Rio desmonta o argumento de que em cidades grandes é sempre difícil criar condições sustentáveis, segundo Thiago Guimarães, coordenador do estudo.
"Obras de transporte são intensivas em recursos, por isso é preciso ter apoio de governos", diz Guimarães.
"Grandes investimentos estão sendo retomados após décadas de estagnação. Projetos esperados como metrôs de Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, serão contemplados no PAC Mobilidade e farão parte do anunciado pelo governo federal em mobilidade urbana", diz Ricky Ribeiro, idealizador do Mobilize.
Recursos federais não encerram as demandas do setor. É necessário apoio privado e planejamento, dizem os pesquisadores. "Autoridades reúnem pouca informação. Não se consegue planejar sem dados", diz Marcos de Sousa, que atuou na pesquisa.
O estudo verificou tendência de capitais menores reproduzirem modelos das grandes. "Em vez de criar soluções inteligentes de integração de transportes, constroem viadutos com uso intensivo de carros", diz Guimarães.
FRASES
"Investimentos em transporte coletivo estão sendo retomados após décadas de estagnação"
"As cidades-modelo em mobilidade são as inclusivas e agregadoras, onde poder público e privado interagem e se complementam, onde cada cidadão sente que a pertence"
RICKY RIBEIRO
idealizador do Mobilize Brasil
TRANSPORTE SOCIAL
Ricky Ribeiro, 31, idealizou o Mobilize Brasil para reunir informações sobre mobilidade urbana, dois anos após ter sido diagnosticado com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica).
A doença o fez perder progressivamente os movimentos físicos.
Especialista em administração pública, Ribeiro fez mestrado em sustentabilidade em Barcelona. Foi aí que percebeu que os dados sobre o tema no Brasil estavam dispersos e passou a refletir sobre locomoção pública.
Após retornar, descobriu a doença quando trabalhava na Ernst & Young Terco, uma das parceiras do projeto, entre outras empresas.
A ideia é, por meio de estudos, fomentar debates para estimular a criação de políticas e provocar reflexões para iniciativas privadas e públicas. O primeiro fórum de discussão sobre capitais será em novembro, na FGV-Eaesp, onde se graduou.
Hoje, Ribeiro escreve com os olhos, usando um equipamento que capta a movimentação da pupila, por meio do qual coordena toda a equipe do Mobilize.
O QUE ESTOU LENDO
Bernardo Gradin, sócio da Graal
"Acabei de ler um livro de que gostei imensamente", diz Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem. "Chama-se 'Justiça, O Que é Fazer a Coisa Certa', de Michael Sandel. "
Professor de filosofia de Harvard, Sandel escreve sobre a evolução da lógica moral, da ação ética e dilemas de justiça a partir de autores como Hume e Kant. "Provoca a reflexão sobre os limites dos direitos individuais. Atual e próprio para pensarmos o valor às instituições e a trajetória social que escolhemos seguir no Brasil", afirma o presidente da recém-criada GraalBio.
DINOSSAUROS
"Nós somos Wall Street... somos mais espertos e perigosos que dinossauros. Vamos sobreviver."
O e-mail com esses dizeres, possivelmente de algum "trader" ensandecido, vem circulando não só em Wall Street, como por mesas proprietárias de bancos no mundo todo. Ilustra o sentimento dentro de instituições financeiras.
"Não ouvi a América reclamar quando o mercado bombava. Como no jogo, não há problema até que se perca. O que ocorrerá quando não encontrarmos emprego no mercado? Adivinhe: vamos tomar o de vocês."
Gol espera fechar acordo com Aerolíneas no início de 2012
Origem de quase metade (46%) dos 5,1 milhões de turistas que vieram ao Brasil no ano passado, a América do Sul passou a ser prioridade entre as principais companhias aéreas do país.
Além da fusão da TAM com a chilena Lan, que segue em análise pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Gol também está em negociação com um parceiro do continente, a Aerolíneas Argentinas.
Após assinarem memorando de entendimento no final de setembro passado, as duas companhias esperam integrar seus programas de relacionamento até o começo do primeiro semestre de 2012.
"O processo está caminhando. O tempo previsto para conclusão do acordo seria de dois meses, se não estivéssemos no final do ano, quando as coisas andam mais devagar", diz Eduardo Bernardes, diretor da GOL.
Nos próximos dois anos, a Embratur prevê investimentos de R$ 42 milhões para atrair um número ainda maior de turistas da América do Sul para o Brasil.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário