O descalabro do ensino
CARTA AO LEITOR
REVISTA VEJA
O principal fator é o despreparo dos professores, produto de escolas de pedagogia dominadas pelo proselitismo ideológico embalado em teorias tão arcanas quanto inúteis. Apenas 20% do tempo é dedicado às questões práticas de sala de aula. Passa da hora de inverter essa fórmula maligna que forma, no jargão da esquerda, "parteiros da história" e dedicar 80% do tempo a treinar os professores para ensinar matemática, português, ciências e lógica aos alunos.
Os espantosos resultados do mais recente Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, divulgados na semana passada, reforçam os diagnósticos da reportagem, que se conclui com um artigo do economista Claudio de Moura Castro.
"Temos escola única com currículo único. É estarrecedor", escreveu Moura Castro. A tabulação das provas do Enem feitas por 3,2 milhões de estudantes brasileiros traduz em números uma realidade que, de tão perversa, exigiria que de uma vez por todas a educação de qualidade fosse colocada como a grande prioridade nacional: apenas 6% das escolas - 1500 de um total de 23900 que participaram do exame - poderiam ser listadas como instituições de ensino que formam alunos preparados para os imensos desafios propostos pela economia global e digital do século XXI. É muito pouco. É quase nada. É um desastre. Urge mobilizar as energias do país para começar a reverter esse trágico descalabro.
Desde o início de agosto, o jornalista Otávio Cabral, de 40 anos, assina a coluna Holofote, com notas exclusivas sobre personalidades da política, economia e outros setores da vida nacional. Cabral faz parte da equipe de VEJA desde 2004. Na sucursal de Brasília, destacou-se na cobertura do escândalo do mensa150, com reportagens como a da chantagem do lobista Marcos Valério contra a cúpula do PT, para tentar safar-se da Justiça. Agora em São Paulo, Cabral vem conciliando, com sucesso, o trabalho de campo com a missão de manter a coluna Holofote entre as mais bem informadas do país e uma das mais lidas pelos leitores da revista.
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