Banco do Brasil atinge R$ 1 bi no crédito educativo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 14/09/11
O Banco do Brasil, que oferece crédito educativo pelo Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) há pouco mais de um ano, atingiu R$ 1 bilhão em volume de operações.
São mais de 25 mil alunos de graduação que financiam estudos em instituições não gratuitas pelo banco.
"O volume de desembolso, R$ 1 bilhão do total de R$ 1,8 bilhão destinado pelo governo federal, mostra o avanço do Banco do Brasil nesse segmento", diz o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli.
"O banco quer se tornar o principal operador do programa do MEC [Ministério da Educação]", afirma ele.
A participação do BB saltou de aproximadamente 4% do total de contratos do Fies em 2010 para 21% do valor financiado no início deste mês. A Caixa Econômica Federal tem 79% do estoque, incluindo financiamento anterior à entrada do BB no segmento.
"Apostamos na parceria com as universidades para incrementar as contratações. Elas nos ajudam também na adimplência porque continuam em contato com os alunos mesmo depois de formados."
Pelo Fies, o universitário só começa a pagar 18 meses depois de se formar.
O estudante pode financiar de 50% a 100% do valor, com prazo de três vezes o período financiado mais 12 meses para quitar o empréstimo, a juros de 3,4% ao ano.
" Nossa intenção é atingir 100 mil carteiras por ano", diz. "Queremos ser o maior banco dos jovens no país."
Os recursos do Fies vêm de 30% da receita líquida das loterias mais o valor de prêmios não pagos, segundo o executivo. O BB tem cerca de 1,2 milhão de contas universitárias.
NÚMEROS DO BB NO FIES
R$ 1 bilhão
é o volume total das operações do Banco do Brasil
3,4%
é valor anual dos juros pagos pelos estudantes
18 meses
é o tempo que o estudante pode esperar para começar apagar o financiamento após a conclusão do curso
25 mil
alunos já receberam empréstimos do banco para financiar seu curso superior
21%
é a participação do banco no segmento, enquanto
79%
é a da Caixa (estoque total de crédito educativo)
ENERGIA DO BAGAÇO
Ainda com baixa participação no total da geração de energia elétrica no Brasil, a bioeletricidade deve seguir sem destaque nos próximos leilões devido à dificuldade que o setor enfrenta para oferecer preços competitivos.
Energia produzida nas centrais de cogeração a partir da biomassa da cana, a bioeletricidade representa hoje mais de 5% da geração no país, segundo a Cogen (associação do setor de cogeração).
A capacidade de geração instalada no país, vinda do bagaço de cana, é hoje de 6.083 MW, distribuída em 692 unidades geradoras.
Há potencial de crescimento, mas, nos últimos leilões de energia, o volume total de bioeletricidade cadastrado foi de 4.580 MW e o montante comercializado, de 177 MW apenas, segundo a Cogen.
O baixo resultado é atribuído aos preços, que ainda não conseguiram se tornar competitivos com outras fontes.
"Estamos em diálogo com órgãos do governo para ajudar a desonerar a cadeia produtiva e propiciar financiamentos. A eólica já tem desoneração fiscal", afirma Newton Duarte, da Cogen.
A biomassa compete com a energia eólica, que tem registrado bons resultados nos últimos anos. O setor tem a seu favor as grandes empresas de equipamento, que, com as crises na Europa e nos EUA, voltaram suas atenções ao Brasil, segundo Cristopher Vlavianos, da Comerc.
Cerca de 80% do custo de implementação dos projetos de eólica está no equipamento, segundo ele.
"O momento é favorável, pois os fabricantes estão facilitando as vendas. A bioeletricidade não leva essa vantagem, porque sua composição de custos é bem diferente, envolve outros fatores."
O tema será tratado no Enase (encontro de agentes do setor), no Rio, em outubro.
Lojistas querem alteração em substituição tributária
A principal bandeira dos lojistas neste ano é a mudança no sistema de substituição tributária, regime que concentra em um só contribuinte o recolhimento antecipado dos tributos devidos em todas as operações da cadeia produtiva.
A ideia é definir critérios nacionais para que tipo de item e de empresa deve entrar no regime, proposta que ficou de fora do pacote das micro e pequenas empresas aprovado no mês passado na Câmara dos Deputados.
"A forma como os Estados estão usando o regime rasga os benefícios do Simples, que tem uma condição tributária diferenciada. Além de aumentar minha carga tributária, eu me descapitalizo para pagar o tributo antecipado", diz Roque Pellizzaro Junior, presidente da Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas.
A categoria quer incluir a mudança no Senado.
QUALIFICAÇÃO CANADENSE
O governo do Canadá realizará pela primeira vez uma feira de estudos para atrair alunos brasileiros às escolas e universidades do país.
As 68 instituições de ensino que participarão do evento passaram pelo crivo do governo canadense. A feira será nos dias 24 e 25 de setembro em São Paulo.
O Canadá é hoje o país que mais recebe estudantes de intercâmbio do Brasil. Nos últimos seis anos, houve um aumento de 120% no fluxo de alunos brasileiros.
O consulado canadense estima que 16 mil estudantes solicitaram visto no ano passado. Desse total, 11,3% pediram documentação para realizar cursos de duração superior a seis meses.
Sem lavagem A Febraban realiza no fim deste mês evento sobre prevenção à lavagem de dinheiro. Entre os convidados estão representantes da CVM, do FBI e da PF.
Teto de vidro A Marko Sistemas Metálicos, especializada em cobertura metálica para indústrias, centros de distribuição e supermercados, criou um modelo de cobertura para centros esportivos.
Rastro... A produção de veículos no mundo diminuiu 3,9% no segundo trimestre deste ano, ante mesmo período de 2010, segundo órgão da ONU para desenvolvimento da indústria.
...do tsunami A redução é consequência do tsunami que atingiu o Japão em março e que obrigou fábricas de fornecedores de peças no país a fechar.
Empréstimo... A agência de fomento paulista Nossa Caixa Desenvolvimento emprestou R$ 16,8 milhões a pequenas e médias empresas na região metropolitana em agosto. O setor que mais tomou crédito foi a indústria (90%).
...na indústria Os destaques foram os segmentos de máquinas e ferramentas, autopeças, têxtil e metalurgia, segundo a entidade.
Leitura... A responsabilidade do Estado em prejuízos causados por organizações criminosas e sociais é discutida no livro "A Responsabilidade do Estado" (ed. Revista dos Tribunais), da advogada Sonia Sterman.
...em dia A segunda edição do livro será lançada pela autora 21 anos após a primeira publicação. A obra foi revisada e atualizada.
AVALIAÇÃO DE ÓLEO E GÁS
A governança corporativa da Petrobras foi avaliada pela empresa de consultoria SAM, que fornece dados para o DJSI (Índice Dow Jones de Sustentabilidade), como acima da média mundial no setor de óleo e gás.
A nota recebida pela companhia brasileira foi de 82%, enquanto a média foi de 74%, segundo o levantamento.
Foram analisadas 118 empresas do setor de óleo e gás, sendo que 12 delas foram incluídas no DJSI, utilizado como critério para investimento de fundos que superam US$ 8 bilhões em valor.
Além da Petrobras, também entraram no índice a espanhola Repsol, a colombiana Ecopetrol, a húngara MOL, entre outras.
com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e NATÁLIA PAIVA
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