terça-feira, agosto 30, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Terminais investem US$ 2,5 bilhões até 2015
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 30\08\11

As companhias de terminais de contêineres brasileiras devem investir US$ 2,5 bilhões entre 2011 e 2015, segundo estimativa da Abratec (Associação dos Terminais de Contêineres de Uso Público). Os recursos serão destinados a obras de expansão dos terminais, compra de equipamentos, tecnologia para controle operacional interno e capacitação de mão de obra, segundo Sérgio Salomão, presidente da entidade.
Juntos, os terminais associados à entidade somavam 8,5 mil metros de cais e devem chegar a 12 mil metros. "O grande gargalo do setor, que está nas vias de acesso, principalmente nas rodoviárias, não entra neste investimento privado, porque essa é uma atribuição pública, não pode vir das empresas." As conversas com o governo sobre o tema são permanentes, segundo Salomão. "A iniciativa do PAC é louvável e eficaz, mas não tem a velocidade do setor privado."
Desde o início da privatização dos serviços, em 1996, até agora, já foram injetados outros US$ 2,5 bilhões no setor, de acordo com a Abratec. No primeiro semestre, 1,85 milhão de contêineres passaram pelos terminais da entidade. "A estimativa para este ano, em relação a 2010, é de 7%, sendo cauteloso. Mas podemos chegar a 10%", diz. O acréscimo na movimentação de 2010 superou 20% devido à base de comparação comprometida pela crise, em 2009, quando os negócios se desaceleraram.

AGÊNCIA LATINA
Os bancos brasileiros têm buscado reforçar a sua atuação nos demais países da América Latina. Até o fim de junho deste ano, o Itaú tinha 725 pontos de atendimento, entre agências e caixas eletrônicos, em quatro países, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. O Banco do Brasil atua em nove países da região. A instituição mantém dois convênios que permitem a utilização de mais de mil pontos de atendimento por parte de seus clientes. O Bradesco, por sua vez, tem unidades próprias na Argentina e no México.

PISADA FORTE
A empresa de sapatos masculinos Di Pollini dobrará o tamanho de sua fábrica na Mooca, em São Paulo, até o começo do próximo ano. Sua produção passará de 500 pares de sapatos por dia para 1.000. "A fábrica está saturada. Queremos ampliar o número de lojas de 23 para 30 até 2013 e, para isso, precisamos aumentar a produção", diz o diretor da empresa, Pompeu Bellusci. Os sapatos da marca são vendidos apenas nas lojas próprias (em São Paulo, Curitiba, Brasília e Campinas). "Não trabalhamos com multimarcas para mater o produto como exclusivo."
As novas lojas deverão ser abertas nessas mesmas cidades onde a empresa já atua. "É uma tentativa de fazer um núcleo em cada uma delas e poder controlar o padrão de perto", afirma Bellusci.

Reflexo... Agosto registrou menor liquidez de pagamentos. "Nos primeiros 15 dias de agosto, ante julho, o fluxo de liquidação das operações vencidas até 90 dias foi menor", diz Jair Lantaller, do Instituto Geoc (que reúne empresas de recuperação de crédito).

...na liquidez Ainda é cedo para atribuir à crise, segundo Lantaller. As férias de julho podem ter gerado algum efeito na queda da liquidez. "A preocupação agora não é tanto a inadimplência, é mais com as novas concessões e o ajuste na política de crédito", diz.

HOSPEDAGEM À INGLESA
A rede britânica IHG e o grupo Servape fecharam acordo para a construção de um hotel em Barueri (SP). O empreendimento terá 264 suítes e estará localizado dentro do complexo imobiliário Cidade de Negócios, que também abrigará nove torres comerciais, shopping center, centro de convenções e heliporto para 50 aeronaves. Com investimento de R$ 1,8 bilhão, as obras serão divididas em fases. Na primeira delas, serão construídos o hotel e o centro de convenções, ao custo de R$ 300 milhões.
Além das duas companhias, o valor também será dividido por um outro grupo de investidores que ainda não pode ser divulgado, segundo Leonardo Nunes, sócio do Servape. "Aceleraremos a primeira fase para aproveitarmos o movimento da Copa do Mundo em 2014", diz Nunes. O grupo estuda lançar, antes da primeira fase, parte das nove torres comerciais, que poderão ser alugadas por andar ou em sua totalidade. "As obras serão realizadas concomitantemente." Cada andar terá ao menos 2.000 m2.

Cartão... O Banco do Brasil entrega amanhã ao Ministério da Integração Nacional o seu cartão de pagamento de defesa civil.

...socorro O produto servirá para despesas com ações de socorro, assistência a vítimas e restabelecimento de serviços de municípios e Estados em situações de emergência e calamidade pública, reconhecidas pela Defesa Civil Nacional.

À brasileira A empresa de comunicação Polycom investirá mais de R$ 16 milhões no país até 2013 para desenvolvimento de tecnologias, abertura de escritórios, entre outros.

Interior A participação do interior de SP em vendas de varejo da SulAmérica cresceu de 18,2%, no primeiro semestre de 2010, para 24%, no mesmo período deste ano. Destaque para Franca e Jundiaí.

Safari Depois das vacas, 60 rinocerontes de fibra de vidro chegarão a SP em setembro. A Duratex, que deve definir o município para instalar outra fábrica em breve, colocará outras 15 obras em 11 municípios onde está presente.

Vacância de galpões de alto padrão é a mais baixa da história, diz estudo

A taxa de vacância de galpões de alto padrão em cidades localizadas a até 100 km de São Paulo chegou a 4,8% no segundo trimestre deste ano, de acordo com levantamento da CB Richard Ellis. O índice, considerado o mais baixo da história pela consultoria, caiu 1,9 ponto percentual em relação aos três primeiros meses de 2011.
"A vacância de galpões classe A deve baixar ainda mais nos próximos anos, porque as empresas estão alugando todos os imóveis antes do lançamento", diz o vice-presidente da CB Richard Ellis, Marcos Montandon Jr. Entre as características dos galpões de classe A estão segurança 24 horas, construção em alvenaria e pé direito superior a dez metros.
No mercado geral de galpões, a taxa de vacância ao final de junho era de 6,4%. A região de Campinas foi a que apresentou o aluguel mais alto no segundo trimestre deste ano, com valores mensais de até R$ 28 por m2. Na cidade de São Paulo, onde a taxa de vacância foi mantida em 1,9%, os preços variaram de R$ 21 a R$ 25 por metro quadrado ao mês.

CHINA CARA
Produzir em algumas regiões dos Estados Unidos em 2015 será tão barato quanto na China, segundo o BCG (Boston Consulting Group). Estudo da consultoria mostra que o aumento anual de até 20% do salário dos chineses diminuirá a vantagem do custo de trabalho da China.
Além disso, o preço da eletricidade e das terras também diminuirá a competitividade chinesa, diz o estudo. Estados americanos como Carolina do Norte e Alabama já vendem terrenos para indústrias mais baratos que Shenzhen, cidade localizada em importante região econômica da China. De acordo com a pesquisa, as empresas poderão recorrer a países como México e Indonésia. Mas esses não terão infraestrutura suficiente.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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