Um ministro para chamar de "Paulinho"
REGINA ALVAREZ
O GLOBO - 12/07/11
Presidente Dilma abandona a formalidade no convívio com novo titular dos TransportesNo convívio com o economista Paulo Sérgio Passos, a presidente Dilma Rousseff abandona a formalidade. E o tom ríspido que já deixou marcas em outros assessores dá lugar a um tratamento quase fraternal. O novo ministro dos Transportes é considerado, desde o governo Lula, um dos escolhidos da presidente da República. Eles se aproximaram quando Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, transformou-se na mãe do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, e tinha Passos como o interlocutor na área dos transportes.
A presidente viu no economista, a quem chama carinhosamente de Paulinho, um técnico competente e aplicado, que jamais deixou uma pergunta sem resposta nas reuniões onde tantos outros assessores já passaram por saias-justas. E a empatia colocou o agora ministro dos Transportes naquele grupo seleto de colaboradores em quem Dilma confia sem reservas.
O economista que ingressou no serviço público em 1973, por meio de concurso, ocupando postos de comando em vários governos, também conquistou a confiança do ex-presidente Lula. Ele mantém, desde o lançamento do PAC, em 2007, um canal direto com Dilma.
Baiano de Muritiba, o novo ministro tem 60 anos, três filhos e é casado com a cantora e compositora Rosa Passos.
No governo Lula, Passos foi por duas vezes ministro de Transportes, entre 2006 e 2007 e em 2010, quando Alfredo Nascimento (PR) deixou a pasta para se candidatar, primeiro ao Senado e depois ao governo do Amazonas.
Com perfil técnico, demonstrou que também tinha apetite pela política em 2010, quando decidiu filiar-se ao Partido da República (PR), mas nunca chegou a fazer parte da cozinha do partido.
No começo do governo Dilma, depois de derrotado nas urnas, Nascimento voltou à carga para ter seu cargo de ministro de volta, mesmo com mandato de senador. Àquela altura, a presidente já emitia sinais fortes de que preferia manter Paulo Sérgio Passos no cargo. Mas o PR não concordou e impôs, mais uma vez, o nome de Nascimento.
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