Alta do petróleo pressiona preço do gás nacional
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 13/07/11
O gás natural de produção nacional pode ficar 6,7% mais caro para as distribuidoras no próximo trimestre, de acordo com cálculos da Abrace (associação de grandes consumidores industriais de energia e de consumidores livres).A pressão do aumento vem da alta do petróleo no mercado internacional.
O gás é corrigido trimestralmente pela Petrobras, com base em uma cesta de preços internacionais do petróleo, cuja cotação teve forte alta nos últimos meses.
"De acordo com a fórmula utilizada, a Petrobras poderá aplicar o reajuste de até 6,7%", diz Rodolfo Danilow, analista da associação.
Em abril, a Petrobras havia anunciado um desconto médio de 9,7% no preço do gás para os três meses seguintes.
Com o aumento do combustível, a indústria nacional perde competitividade.
"O gás chega a custar no Brasil até três vezes o que as subsidiárias das empresas pagam nos EUA e na Europa", diz Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.
As indústrias de vidro e do setor químico são as mais impactadas pela alta do gás.
"No final de 2012, os contratos das distribuidoras começarão a vencer, e essa será uma oportunidade para que seja revisto o modelo de precificação, desvinculando-o do petróleo", diz Danilow.
Segundo a Petrobras, a política de reajuste de preços do gás é definida de acordo com cada contrato com as distribuidoras.
IMPOSTO NA PENTEADEIRA
Os altos impostos de importação são ainda uma barreira para o Brasil alcançar seu potencial de consumo, segundo o presidente internacional da Givenchy Parfums, Thierry Maman, no Brasil nesta semana.
O executivo quer ampliar a presença da marca e o mercado consumidor brasileiro, que ele costuma separar em "interno e externo".
"É pequeno o consumo de produtos por brasileiros aqui, devido aos altos impostos de importação. Mas no outro mercado brasileiro, o de quem compra em lojas de departamentos no exterior, o país está entre os de maior relevância."
Maman diz que o Brasil é uma "enorme fonte de consumidores", com mercado que, apesar de ter potencial maior do que México e Argentina, tem patamar de vendas semelhante.
"O mesmo produto pode ser duas vezes mais caro no Brasil que nos EUA." A situação se assemelha à da Índia, onde a empresa chegou a procurar o governo para debater o tema. No país, a taxa de importação desestimula e o consumo costuma ser transferido para Dubai.
Os preços praticados na Rússia e na China são mais compatíveis, segundo ele.
Alimento...
As exportações de cereais brasileiros para os países árabes cresceram 798% nos seis primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010.
...das arábias
Com a alta, o fluxo comercial do produto no primeiro semestre deste ano chegou a US$ 562,79 milhões (cerca de R$ 889,77 milhões), de acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
VOO DE IMPACTOAs obras de reforma e construção de aeroportos são as que causarão o maior impacto no Brasil nos próximos anos, de acordo com estudo da Amcham (Câmara Americana de Comércio).
Em uma escala de zero a cinco, os novos projetos do setor terão impacto de 4,17 na economia nacional.
Os empreendimentos voltados para a melhoria da mobilidade urbana aparecem em seguida, com 4,05.
O desenvolvimento de novas tecnologias, por sua vez, é o setor que mais atrai o interesse das companhias.
Entre as empresas paranaenses ouvidas pela Amcham, 52% têm planos de investir nesse segmento.
Foram entrevistados 155 executivos entre maio e junho deste ano.
DE OLHO NOS LATINOS
A rede de cursos de idiomas Yes! vai abrir sua segunda unidade no exterior até o final deste ano.
O início das aulas está previsto para janeiro de 2012, mas a filial da empresa em Boston já estará aberta a partir de outubro.
A outra unidade da rede fora do Brasil também está localizada nos Estados Unidos, em Miami.
"Há um mercado muito grande a ser explorado de latino-americanos que precisam aprender inglês por lá", afirma o presidente da companhia, Clodoaldo Nascimento.
A rede de idiomas, que oferece cursos de inglês e espanhol, tem 105 franquias em 12 Estados brasileiros e abrirá outras 20 escolas até o final deste ano.
Entre as cidades que receberão filiais da companhia em 2011 estão Campo Grande (MS) e Salvador (BA).
Em 2012, a empresa pretende ter ao menos uma unidade em todos os países do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai.
"Os professores terão a possibilidade de viajar para fazer cursos de capacitação em nossas unidades no exterior", diz Nascimento.
Cerca...
A ArcelorMittal Tubarão investirá R$ 5,7 milhões para instalar telas de proteção contra o deslocamento de pó resultante do manuseio do carvão do pátio da Sol Coqueria. As telas servem para reduzir a dispersão do pó pela ação do vento.
...viva
A empresa utiliza como proteção natural um cinturão verde com 2,6 milhões de árvores plantadas ao redor da unidade. As telas complementarão a barreira natural, terão 450 metros de extensão e serão instaladas até dezembro.
Em linha
A Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento renovou o acordo de cooperação com o Sebrae-SP para oferecer linhas de crédito que operam com juros a partir de 0,49% ao mês e prazos de até dez anos, com no máximo dois anos de carência.
Ponte
A brasileira GoOn, de gestão de risco de crédito, fechou contrato com a Tigo, empresa de telefonia, do Paraguai. O acordo prevê projeto de diagnóstico estratégico de crédito e cobrança. A Tigo visa o mercado de crédito via celular.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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