Foco
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 11/03/11
O plano de ação do PSDB para as eleições municipais do ano que vem é tentar se reestruturar em Porto Alegre, Rio e Manaus, e no Nordeste como um todo, especialmente em Salvador. Nesses locais, o partido está completamente desarticulado. O partido aposta em São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, onde tem chance de vitória. Nas duas últimas, a tendência é reeditar a aliança com o PSB.
Desafios do PSDB
No plano nacional, o PSDB também tenta se reestruturar depois da derrota de José Serra nas últimas eleições. O presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), diz que a sigla pretende atualizar suas propostas; desenvolver outra política de comunicação,
para que seja reconhecido em qualquer lugar como o mesmo partido; e fazer uma oposição ativa no Congresso, que compense a falta de número para ganhar votações. Nas entrelinhas, os tucanos estão em busca de um discurso, de unidade interna, e de uma imagem menos paulista. No Congresso começaram mal, divididos na votação do salário mínimo.
ALIANÇA VELADA. Lideranças do PT mineiro já admitem apoiar a reeleição do prefeito de BH, Marcio Lacerda (PSB), na foto, desde que o PSDB não apareça na campanha, como ocorreu em 2008. Os tucanos dariam apoio branco ao socialista e continuariam participando da administração municipal em caso de vitória. A Lacerda caberia reafirmar seu compromisso com o projeto Dilma 2014. Pesa na conta dos petistas duas avaliações: um candidato à reeleição é sempre favorito e falta um nome forte e de consenso no partido para concorrer.
“Nossa maior preocupação é a inflação. A tendência é votarmos a favor da correção da tabela (do IR) em 4,5%” — Giovanni Queiroz, deputado federal (PA) e líder do PDT, que foi contrário à proposta do governo de reajustar o salário mínimo para R$ 545
Esqueça
A presidente Dilma Rousseff já avisou que não vai fazer qualquer alteração nas regras do fator previdenciário neste ano. Essa é uma das reivindicações das centrais sindicais dos trabalhadores, que têm audiência com ela hoje.
Prioridades
O ministro Antonio Palocci ligou para o líder do PMDB, Henrique Alves, semana passada, perguntando quais as prioridades do partido para o segundo escalão. Resposta: Geddel Vieira Lima e José Maranhão para a Caixa.
Fora Kassab
A expectativa da direção do DEM é que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não apareça na convenção nacional do partido, na próxima terça-feira. O grupo do presidente Rodrigo Maia diz que há o risco de ele ser hostilizado. Depois que a saída de Kassab tornou-se irreversível, a Juventude do DEM lançou o “Fora Kassab”. O prefeito deve divulgar o manifesto do seu novo partido, o PDB, até o final de mês.
Gritaria
Após o reajuste anunciado pela Anvisa no preço de 20 mil medicamentos, prestadores de serviços do SUS pressionam o Ministério da Saúde a aumentar o repasse de recursos. Os hospitais filantrópicos, que respondem por quatro em cada dez atendimentos,
reclamam que, ao mesmo tempo em que o governo nega mais verbas para manutenção do setor, autoriza o aumento de custos. “No Nordeste, 50% dos hospitais filantrópicos fecham até o fim do ano", diz José Spigolon, da Confederação dos Hospitais Filantrópicos.
POLÊMICA 1. Depois de reduzir as Áreas de Proteção Permanente nas margens de rio de 30 para 15 metros, o relator das mudanças no Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), está disposto a diminuir essa faixa em mais 50%.
POLÊMICA 2. Rebelo recebeu um pedido da Contag e de federações de trabalhadores da agricultura familiar. “Eu acho que eles têm razão”, disse Rebelo, argumentando que a APP maior inviabilizaria a produção dos pequenos agricultores.
FOLGÃO. Os ministros do TCU enforcaram a semana do Carnaval e terão um feriadão de nove dias.
FERNANDA KRAKOVICS (interina) com Fábio Fabrini
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