Mercado de cartões deve crescer 21% neste ano
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 31/01/11
A indústria de cartões deve apresentar forte expansão neste ano, puxada pelo aumento do número de pessoas com acesso ao meio de pagamento e por parcerias de emissores com o varejo.
O número de transações com cartões (crédito, débito e "private label") no mercado brasileiro totalizará 8,6 bilhões neste ano, com crescimento de 21%, segundo projeções da consultoria Lafis.
A quantidade total de cartões deve crescer 12%, para 706,1 milhões, enquanto o faturamento do setor deverá alcançar R$ 624 bilhões.
"Os bancos estão captando o público das classes D e E. Além disso, crescem as parcerias entre empresas e bancos", diz Thaís Virga, analista da Lafis.
Grande parte da expansão da indústria vem da transferência de meios de pagamento, segundo Fernando Teles, diretor de cartões do Itaú Unibanco. "Pessoas que usavam cheque ou dinheiro passaram a usar os cartões."
Outro fator de destaque é o aumento do uso do cartão por pessoas que não possuem conta em banco. "Por meio de parcerias com o varejo, tem crescido o acesso dessa população", diz Teles.
O avanço dos cartões de débito será maior que os de crédito, na opinião de Denilson Molina, diretor de cartões do Banco do Brasil. "Os emergentes das classes D e E começam a ser bancarizados e a ter acesso aos cartões."
Outra tendência, segundo Molina, é a de os bancos passarem a ofertar cartões pré-pagos, com recarga, que possam ser usados no comércio.
Entre as estratégias das companhias, está o lançamento de produtos. A Credicard, que projeta aumento de 25% na quantidade de transações, planeja novo cartão para fevereiro.
"Vamos lançar um para os universitários, com programas de recompensas. É um público que, na média, tem baixo poder de consumo, porém é um investimento de futuro", diz Leonel Andrade, presidente da Credicard.
Licitação
O ex-presidente da Federação Mundial de Hemofilia Brian O'Mahony chega hoje ao país. Ele mostrará ao governo modelos de licitação para compra de remédios que controlam crises de hemorragia em hemofílicos.
Gelado
A rede de frozen iogurte Yogolove abriu quatro lojas no Estado de São Paulo neste mês. A empresa, cujo faturamento no ano passado foi de R$ 6,5 milhões, investiu R$ 1,4 milhão e pretende inaugurar mais 11 unidades em 2011.
No provador 1
O atendimento é o item mais levado em consideração por 51% dos consumidores de vestuário. Em seguida aparecem variedade de produtos, descontos e promoções, facilidades de pagamento e qualidade.
No provador 2
Os preços ficam apenas em 9º lugar, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial.
No provador 3
As lojas ainda são as maiores responsáveis pelas vendas do varejo para todos os perfis de consumidores de roupa, com 90,9%. Em seguida aparecem as revendedoras (6,4%) e a internet (2,8%). A pesquisa foi realizada no ano passado e entrevistou 3.300 pessoas.
No altar
Os organizadores da Expo Noivas & Festas esperam volume de negócios de R$ 16 milhões no evento em São Paulo, em fevereiro. O mercado movimenta por ano no Brasil R$ 10 bilhões, diz o diretor da feira José Luiz César.
ARROZ COM FEIJÃO
A indústria alimentícia Broto Legal, de Campinas (SP), vai entrar no mercado mineiro. A empresa fechou contrato de licenciamento com os clubes Cruzeiro e Atlético-MG para lançar linhas de arroz e de feijão.
Também está nos planos abrir um centro de distribuição em Belo Horizonte.
Hoje, a empresa atua nos Estados de São Paulo e Paraná e na cidade de Manaus.
"O consumo de arroz e feijão vem caindo no país. O contrato com os clubes tem o objetivo de influenciar jovens e crianças a voltarem a se alimentar de arroz e feijão", diz Paulo Storti, presidente da empresa.
Para Storti, o governo deveria fazer uma campanha nacional sobre as qualidades nutricionais desses alimentos.
A companhia já iniciou as obras para ampliar a capacidade de produção da fábrica em 70%.
Com a parceria com os clubes, a empresa projeta crescimento das vendas de 15% a 20%.
A companhia lançou neste mês a linha de times com os clubes Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos e Portuguesa.
POEIRA ENERGÉTICA
O grupo Êxito Import & Export, de Recife (PE), começou a construir uma usina termoelétrica em Paragominas (PA) para gerar energia a partir da reciclagem de resíduo de madeira.
"É uma região com passivo ambiental muito grande. Paragominas por muitos anos foi conhecida como capital da madeira", diz José Lacy de Freitas Júnior, que afirma ter medido montanhas de pó de serra de 50 metros de altura no local, resíduo que causa problemas respiratórios à população.
Na cidade, os resíduos de madeira, que serão usados pela usina, costumam ser depositados em pátios de madeireiras e terrenos ou destinados a carvoarias e caieiras, fornos de produção de carvão, segundo a empresa.
"Queremos usar todo esse pó que está lá como lixo."
A unidade, que deve ficar pronta em abril de 2012, terá capacidade para gerar 8 MW e receberá investimentos de R$ 25 milhões.
Com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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