Nasceu o PACzinho
Eliane Cantanhêde
FOLHA DE SÃO PAULO - 07/01/11
BRASÍLIA - Depois da ira dos italianos por causa do Battisti, das provocações do PMDB, da suspensão das nomeações de segundo escalão, do veto a um mínimo superior a R$ 540, do general Elito dizendo que "não há vergonha" nos desaparecimentos da ditadura...
...Dilma Rousseff conseguiu finalmente criar ontem um factoide, ops!, uma notícia positiva para saciar a imprensa e a sociedade neste início de ano e de governo com chuvas, desmoronamentos, confusões e rebeldias de aliados.
Foi-se o Fome Zero de morte morrida, consolidou-se o Bolsa Família e nasce o "PAC da Miséria", com os chatos de galocha lembrando aquele detalhe constrangedor de que nem tudo o que reluz na propaganda governista é ouro nas obras do PAC PAC, o primogênito.
O anúncio do caçula -que ainda não tem nome, só apelido- foi feito ontem em reunião da presidente com 12 ministros, alguns poderosos, como Palocci e o próprio Mantega, e outros nem tanto, que não precisamos citar aqui.
Votos de sucesso para o rebento, porque o Brasil tem milhões de miseráveis, mesmo com os inegáveis avanços com Lula. Mas, pelo visto, e apesar das negativas, trata-se do mesmo DNA do PAC PAC, o filho de Dilma que nasceu para a campanha de 2010: junta-se o que existe, somam-se as verbas, azeita-se o monitoramento e carimba-se com uma boa marca que dê título na imprensa e caia na boca do povo.
É questão de gestão e de marketing. A engrenagem precisa funcionar, ser checada e cobrada. E o cidadão precisa ver, ouvir, elogiar. Logo, logo, vem pesquisa sobre a popularidade da presidente. PMDB, Battisti, general falastrão, ditadura e mínimo baixo não dão ibope.
"The End" - Ao se despedir de Hillary Clinton na posse de Dilma, Amorim resumiu a relação de bate-e-assopra do Brasil com os EUA nesses anos: "Tediosa é que não foi". Ele e Hillary caíram na risada.
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