Consumidor de seguro é diferente no Brasil, afirma consultoria
Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 19/05/2010
A figura do corretor na distribuição e nas vendas de seguros ainda é forte no mundo todo, mas a internet ganha espaço. No Brasil, porém, o canal bancário é muito expressivo, embora os corretores tenham uma parcela significativa no setor.
Nos últimos 12 meses, mais da metade dos clientes no mundo compraram pela web. Embora expressiva, a procura por corretores começa a cair.
A conclusão é de estudo da Accenture com 3.555 pessoas em cinco países, além do Brasil. A pesquisa, que aborda o uso de canais por consumidores, expectativas de compra de serviços e mudança de prestadores será apresentada por Serge Callet, líder global para a área de seguros da Accenture, que está no país nesta semana.
"No Brasil, dois terços desse mercado estão nas mãos dos maiores bancos. Não ter acesso à distribuição bancária relega a companhia a resultados menos expressivos", diz Raphael de Carvalho, sócio no Brasil.
Enquanto no Reino Unido o ato de comprar ou renovar seguros por meio dos bancos só é feito por 14% dos clientes -e por 9% na Alemanha-, no Brasil o número sobre para 54%. A mesma operação on-line no Brasil é realizada por 19%, ante 70% no Reino Unido, segundo Callet.
O mercado brasileiro tem outras especificidades, de estruturação e regulatórias, como se viu pela melhor reação à crise mundial, diz Callet. O cenário torna improvável o aparecimento de uma nova empresa no país para atuar na internet.
"O Brasil está entre os países onde o comércio eletrônico mais cresce. Pode até ocorrer a entrada de um novo player para operar por meio da web, mas não como algo transformador. Vejo a internet mais como oportunidade de novas vendas", afirma Carvalho.
DECISÃO EUROPEIA EM XEQUE
"Que direito tem a Europa de apreender qualquer tipo de carga?", questiona Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). "A mercadoria nos portos é considerada em trânsito. É uma questão de direito internacional público", completa. Na semana passada, Brasil e Índia anunciaram que irão à OMC em defesa de remédios genéricos confiscados em alguns países europeus em trânsito para países em desenvolvimento. Segundo Britto, os países estariam abusando do seu poder de apreender mercadorias. "A OMC precisa explicar quais os níveis de poder de cada país." Segundo Britto, essa celeuma em torno dos genéricos não faz sentido, porque a empresa que poderia ser beneficiada com a apreensão não havia feito queixa. "A discussão é sobre apreensões em geral." Esse debate chama a atenção para o aumento da falsificação de medicamentos. "Esperamos que haja um olhar atento do mercado como um todo para evitar o contrabando de insumos de procedência desconhecida", afirma Britto.
ATRÁS DAS GRADES
Huang Guangyu, 41, fundador da rede chinesa de lojas de eletroeletrônicos Gome e que já foi apontado como o homem mais rico da China, foi condenado ontem, por um tribunal em Pequim, a 14 anos de prisão por crimes financeiros. O empresário foi considerado culpado da acusação de suborno, uso de informação privilegiada e prática de negócios ilegais. Guangyu também foi multado em R$ 150 milhões e teve confiscados bens avaliados em mais de R$ 50 milhões, de acordo com informações da agência de notícias estatal Xinhua. Em novembro de 2006, Guangyu havia anunciado uma parceria entre a Gome e a Motorola.
LIÇÃO...
Pelo quinto ano consecutivo, as Casas Bahia foram escolhidas para participar do programa de especialização da The Wharton School, da University of Pennsylvania. O programa proporciona a estudantes de MBA uma imersão nos negócios das principais companhias do mundo. Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, receberá 30 estudantes.
...PARA DAR
O diretor-executivo Michael Klein também foi escolhido para participar da programação de um seminário internacional da Wharton School. Além do setor de varejo, das Casas Bahia, os estudantes vindos do MBA norte-americano também vão conhecer em São Paulo a Cosan, a Embraer, o Hospital Albert Einstein, entre outras empresas.
LOCO POR TI...
A Amazônia Sul-Americana é pauta da discussão que reunirá Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela no 2º Fórum Internacional de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Sul-Americana. Para subsidiar as discussões, uma comitiva visitará obras da Estrada do Pacífico e as hidrelétricas do rio Madeira, Jirau e Santo Antônio.
...AMÉRICA
A abertura do encontro latino-americano será no dia 24, em Arequipa, no Peru. No Brasil, o Acre será o primeiro Estado visitado, no dia 2 de junho. O encerramento do fórum será em Porto Velho, Rondônia, no dia 6 do mesmo mês. O evento é promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros e pela ONG Engenheiros Solidários.
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