Sem patente, Viagra pode chegar a 5 milhões de unidades vendidas
Folha de S. Paulo - 14/03/2010 |
Dentro de três anos, o consumo de Viagra, que hoje gira em torno de 1 milhão de unidades, pode chegar a 5 milhões, se a patente do remédio for quebrada. O julgamento está marcado para o dia 24, no STJ. O cálculo é de Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos, associação dos fabricantes de genéricos, que afirma que, em faturamento, o valor chegaria a R$ 500 milhões em 2013. "Isso pode acontecer um ano antes ou um ano depois. Quanto mais se retarda o fim da patente do produto, mais as pessoas terão que esperar para ter o benefício de consumi-lo na versão genérica, mais barata", afirma Finotti. Se a extensão for derrubada, o remédio cairá em domínio público mais cedo e possibilitará a produção do genérico. A decisão pode servir de referência para casos semelhantes. O Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) tenta derrubar decisão anterior que havia favorecido a Pfizer, fabricante do medicamento para impotência masculina. A empresa prorrogou a vigência até 7 de junho de 2011, mas o instituto defende que o prazo termine em 20 de junho deste ano. No início do ano, o governo deflagrou ofensiva para impedir que os grandes laboratórios multinacionais usem mecanismos para prolongar o direito de exclusividade de comercialização, no Brasil, de alguns dos medicamentos mais vendidos no mundo. A SDE (Secretaria de Direito Econômico) informa que recebeu muitas denúncias sobre estratégias por parte dos laboratórios de medicamentos de referência para retardar a entrada de genéricos. CRIME E POLÍTICA Horacio Lafer Piva, presidente do conselho da Bracelpa (associação de celulose e papel), lê "Neve", de Orhan Pamuk. "Apesar de o Orhan Pamuk dizer que este é seu primeiro e último livro sobre política, "Neve" passeia igualmente pela literatura, pelo amor, pelo ateísmo e Deus. São 500 páginas que resumem três dias de reflexões e reavaliações." Piva também se dedica a ler "Chantagistas Não Atiram". "Ler Raymond Chandler é sempre um prazer. Em "Chantagistas", depara-se com toda a gama de estilos da carreira desta grande personalidade do gênero policial "noir" da literatura americana do século 20. Chandler, diferentemente de tantos outros, não criou um personagem genial, usava pessoas relativamente comuns nas investigações, e prendia, portanto, pela qualidade de seu texto." TCHAU TRIBUTOS A Oi chegou em São Paulo como quarto entrante em um mercado já dominado por três grupos multinacionais, Vivo, Claro e Tim. Em dezembro, a empresa atingiu 12% de participação de mercado no Estado e alcançou 15% na região da Grande São Paulo. Um ano após a compra, a integração operacional da Oi e da Brasil Telecom já ocorreu, segundo Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi. O setor está investindo fortemente na banda larga. Até o final de 2010, todas as sedes de municípios do país contarão com infraestrutura para conexão a banda larga, segundo Falco. Ainda neste ano, a Oi vai oferecer comercialmente o serviço de banda larga em todas as cidades onde instalou a infraestrutura para conexão. "Antecipamos em um ano o compromisso assumido com a Anatel para oferta comercial de banda larga", diz. "Até dezembro deste ano, todas as escolas públicas urbanas do país terão acesso à banda larga, afirma. São 57 mil escolas no país que serão conectadas, das quais a Oi terá 46,8 mil escolas. Se há cobertura, por que não há disseminação da banda larga no país? A resposta está no custo. "É importante considerar a desoneração tributária e o subsídio do serviço para a população de baixa renda. A utilização de recursos do Fundo Setorial para Universalização de Serviços de Telecomunicações pode contribuir para o avanço da banda larga." A empresa divulga resultados amanhã. CLAVE DE SOL O Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão (SP) vai comprar dois pianos Steinway neste ano, que ficarão no acervo de instrumentos do evento e serão usados nas aulas de alunos bolsistas. "A pianista brasileira Cristina Ortiz, uma das estrelas brasileiras da música erudita internacional, vai escolher pessoalmente os instrumentos na Alemanha", diz Paulo Zuben, diretor-executivo do festival. A estreia dos instrumentos será feita por Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Ortiz. O evento terá orçamento 50% maior na edição de 2010, que ocorrerá em julho. É de R$ 7,5 milhões o investimento planejado pela organização social Santa Marcelina Cultura, que gere o projeto. "Esse é o principal evento de música erudita da América Latina e movimenta muito a economia, com contratação de serviços e pessoas. São 60 professores contratados por ano, mais 80 pessoas no staff da produção e 160 bolsistas, além da indústria do turismo, que a cidade de Campos do Jordão acolhe." O festival também terá uma semana extra de atividades e o número de concertos subiu de 46 para 80. Neste ano, também haverá programação na capital, com dez concertos na Sala São Paulo. com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK |
Nenhum comentário:
Postar um comentário