Nação rubro-negra
JORNAL DO BRASIL - 13/12/09
Sabe quantos habitantes tinha Israel quando da criação de seu Estado em 1948? Pouco mais que a torcida do América! Fosse independente a nação rubronegra teria um PIB maior do que o da Bolívia e do Paraguai juntos. Pelo que se viu domingo no Maracanã, nas comemorações à noite e no espaço que lhe concedeu a mídia dia seguinte, o Flamengo é um fenômeno que transborda as fronteiras do país. Teve flamenguista festejando nas ilhas Papua Nova Guiné! Significa dizer que ao se tornar uma nação independente o Flamengo não terá dificuldades para montar suas embaixadas. Projeções modestas informam que em 2060 a nação rubro-negra terá 100 milhões de habitantes (se o mundo não acabar até lá). Enquanto escrevo penso como seria importante a presença da torcida do Flamengo na Conferencia do Clima em Copenhague. Já imaginou aquela galera gritando por menos CO2 na atmosfera? A grande duvida é quanto à posição do Brasil diante das futuras reivindicações rubro-negras. O Governo brasileiro sabe que a independência do Flamengo vai desequilibrar toda a economia nacional.
Será que o Governo estará disposto a repetir o que fez a Grã-Bretanha com suas colônias? Mais: será que o Brasil cederá um pedaço de terra onde os rubro-negros possam viver em paz e criar seus filhos longe da influencia de vascaínos, tricolores e alvinegros? “Viver em paz” – entenda – é pura força de expressão porque, pelo que se vê, as torcidas flamenguistas brigam tanto entre si quanto as facções palestinas. Meu medo é que os fundamentalistas rubro-negros resolvam criar um movimento separatista , conquistem o Rio e expatriem os outros clubes cariocas para Niterói.
Há rumores de que o Governo estaria procurando um local onde a nação rubro-negra possa instalar a Republica Democrática do Urubu.
Flamenguistas já advertiram que não aceitarão terras no Oriente Médio nem naquelas ilhotas que estão afundando no Pacifico. Sua preferência recaí – é obvio – sobre o bairro do Flamengo onde surgiu há mais de um século a civilização rubro-negra. É dali que o Flamengo pretende expandir seus domínios, inspirado nas conquistas do antigo Império Romano. O clube já tem hino, bandeira e para virar um país basta criar uma moeda nacional.
Sob muitos aspectos a nação rubronegra está mais adiantada do que a nação brasileira. Pelo menos já garantiu uma mulher na presidência!
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