NELSON DE SÁ
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/11/09
No topo das buscas pelo Yahoo News, com Bloomberg, "Brasil desapontado e frustrado com EUA". O assessor Marco Aurélio Garcia falou em "decepção" e relatou carta de Obama a Lula, justificando o apoio à eleição sob governo golpista, em Honduras.
Manchete no Terra, o embaixador brasileiro à OEA acrescentou que os EUA "se deram conta do isolamento e pediram ideias", daí a sugestão de adiamento, recusada. E agora "não dá para fazer nada".
De Madri, o "Valor" ouviu o diplomata espanhol destacado para a América Latina, que previu "instabilidade" pós-eleição e prometeu "reação conjunta" da Espanha com Brasil, Argentina e os demais.
"OLD-FASHIONED COUP"
Sob o título "Um golpe à moda antiga", a "New Yorker" dá oito páginas a Honduras. William Finnegan relata que no "golpe clássico" não faltou nem carta de renúncia forjada. Destaca como o país é ligado militar e comercialmente aos EUA, que reagiu e depois "mudou de posição". Agora, acrescenta o jornalista no site:
"A maioria dos países segue firme no princípio de que golpes simplesmente não são aceitáveis, nem eleições sem condições livres e justas. Mas com os EUA parece que os golpistas vão conseguir o que queriam."
ELEIÇÃO NÃO VAI LIMPAR
A "Time" também traz longa reportagem de Honduras, "Na América Central, golpes ainda vencem a mudança". Diz que "é improvável que qualquer nação -exceto talvez os EUA- reconheça o vitorioso do dia 29". Destaca declaração de Christopher Sabatini, da Americas Society, de Nova York, de que "não se pode usar eleição para limpar a sujeira após um golpe, isso só ameaça retroceder a democracia da América Central em décadas".
A "Economist", em nota, posta que a eleição "não deve resolver a crise iniciada por um golpe militar".
"Ou foram terrivelmente incompetentes ou foram terrivelmente cínicos. Em ambos os casos, sua credibilidade está muito deteriorada."
Do analista KEVIN CASAS-ZAMORA , do Instituto Brookings, tido como próximo a Obama, sobre a atuação do Departamento de Estado dos EUA em Honduras, na Reuters.
BRINCANDO COM FOGO
Em artigo no "El Colombiano" ecoado em sites dos EUA, o professor de Georgetown e diretor da instituição Inter-American Dialogue, Michael Shifter, alertou para as "tensões e desconfianças" crescentes entre Colômbia e Venezuela, sob o título "Jugando con fuego".
Avalia que, com EUA e OEA queimados, "o Brasil será jogador chave para acalmar as águas". Saudou como o adiamento da aceitação da Venezuela no Mercosul, pelo Senado, conteve a retórica de Hugo Chávez.
ENQUANTO ISSO
O "China Daily" cobre a turnê do "principal conselheiro político da China", Jia Qinglin, pela América do Sul. Inclui Peru, Equador e, por fim, Brasil.
Outros chineses estarão a partir de hoje no terceiro encontro empresarial China-América Latina (acima). Abrindo cobertura, o "Latin Business Chronicle" deu a manchete "Novo recorde no comércio China-América Latina", com foto de Lula e Hu Jintao -e o destaque de que o Brasil virou o maior parceiro, mas Bolívia e Peru tiveram crescimento ainda maior nas trocas com Pequim.
OBAMA VAI À GUERRA
Na manchete on-line do "New York Times", "Obama diz que pretende "acabar o serviço" no Afeganistão". O jornal cita "vários assessores" para afirmar que ele já decidiu enviar mais soldados. O "Financial Times", também em manchete, cravou "mais de 30 mil soldados".
Por outro lado, o Drudge Report destacou uma análise da revista alemã "Der Spiegel", alertando que, com Obama sendo estigmatizado por republicanos como uma versão do ex-presidente Jimmy Carter, "está a caminho a mudança para um estilo rude como Bush"
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