SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 01/10/09
Quem imagina que terá como saber antes de março, com algum grau de certeza, qual o destino político de Henrique Meirelles, se engana. É muito mais fácil adivinhar a trajetória da taxa de juros, que certamente vai subir no ano que vem.
Diferentemente do que acontece com as expectativas de mercado, administradas por meio de sinais emitidos nos comunicados oficiais do BC, Meirelles - virginiano da gema - se programou para não dar dicas claras sobre seu futuro. Sua agenda diária, hoje, é de candidato. Mas suas palavras se restringem às do presidente do BC.
Esta, ao menos, foi a impressão que deixou anteontem à noite entre os convidados de Betty e Marcos Arbaitman. O presidente do BC - agora peemedebista de carteirinha -chegou ao jantar em sua homenagem, em São Paulo, com meia hora de atraso. Veio diretamente da sua conversa com Lula.
Pouco depois, introduzido por Arbaitman, Meirelles brincou com o anfitrião - "Ele é político, eu não..." - e fez rápido discurso, destacando o Brasil como a nova estrela do mundo. Enfatizou que o País vai sair da crise mais forte do que entrou. E comparou a preparação antecipada da economia para crises com os cuidados que se deve ter com um paciente com predisposição a um ataque cardíaco. "Não basta só o diagnóstico, tem que haver prevenção, hospital preparado, monitoramento de possibilidades'', dissertou. Microfone na mão, diante de uma platéia de mais de 100 pessoas, fez, no entanto, uma advertência: o Brasil precisa preservar sua política monetária e fiscal evitando "soluções fáceis". Dirigentes de bancos foram minoria no jantar. Entre eles, Luiz Trabuco, Márcio Cypriano, José Safra, Manuel Tavares, Geraldo Carbone e José Olympio Pereira.
Em conversa depois, com a coluna, revelou que Lula tocou em dois pontos: economia e política. "Acredito que o Brasil, entre os três grupos que hoje integram o planeta, está no que tem uma economia consolidada, crescendo, tendo como companhia China, Índia e Coreia." As outras categorias? "Existem os que estão vendo o fundo do poço logo à frente e se preparando para sair e os que já começaram a crescer."
Eventual candidatura a partir de março e a possibilidade de deixar o BC? "Lula me pediu para ficar até dezembro de 2010." O que o senhor respondeu? Meirelles desconversou mas sabe-se que ele vai avaliar, com o presidente, a sua posição até dezembro deste ano.
O fato é que a especulação correu solta noite adentro. Meirelles sairá candidato ao Senado? Ou será vice de Dilma com a promessa - no caso de a candidata de Lula não emplacar - de vaga garantida no Banco Mundial? Enfim, entre os convidados, uma só certeza: candidato a governador de Goiás, Meirelles não será.
Banqueiros e empresários presentes acreditam que, teoricamente, ele tem condições de manter a presidência do BC e de estar filiado a um partido, no caso, o PMDB. Na prática, admitem que ele não terá como evitar ruídos e especulações no mercado financeiro.
Unanimidade mesmo é que, assim que ele optar pela política, deve deixar o cargo. Mas como deixar o cargo com três diretores do BC querendo sair também?
Paul & Paul
Paulo Octávio e Paul McCartney estão nos finalmentes sobre megashow do ex-beatle nos 50 anos de Brasília.
O problema? Paul pediu US$ 6 milhões e seu xará quer pagar menos.
Ajuda extra
Ainda para a festa, Constantino Jr., da Gol, prometeu "envelopar" suas aeronaves que aterrissam no DF com o logo dos 50 anos.
E a Volks, que também faz 50 anos por aqui, lança novo modelo no dia da festa.
Pesados, os pesos
José Dirceu será um dos conferencistas, no dia 9, em um fórum mundial sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim.
Em Milão, sentará ao lado de Massimo D"Alema, do Parlamento Europeu, e de Mikhail Gorbachev.
Ô balancê, balancê
Para compensar a perda de Gabriel Chalita para o PSB, Geraldo Alckmin conseguiu que William Dib, ex-prefeito de São Bernardo, do PSB, assinasse a ficha dos tucanos.
Direto à fonte
Andrea Matarazzo entrou na polêmica sobre o arrendamento do Pacaembu proposto pela Prefeitura.
"Dar estádio tombado, em bairro residencial tombado, em concessão a clube ou outro qualquer, por não dar lucro, é o mesmo que arrendar o Theatro Municipal para ele ser rentável. É desconhecer a história da nossa cidade"
Quase lá
Se depender dos apostadores profissionais, Lula levanta a taça amanhã em Copenhague.
Nas apostas da bolsa Around the Rings, o Rio tinha ontem 84 pontos, contra 83 de Chicago.
Perigosa perua
Depois do sucesso como Melissa Cadore, Christiane Torloni volta aos palcos. Zé Possi convidou-a para encenar A Loba de ray-ban.
Explica de novo
De Tasso Jereissati para José Gabrielli, ontem, durante evento promovido pela Grupo Estado sobre o pré-sal: "Nada está claro, tanto que o senhor está tendo que se explicar pela 16ª vez."
E, pelo jeito, terá que fazê-lo pela 17ª, 18º, 19º... Ainda faltam 41 dias para a votação do projeto no Congresso.
DIRETO DO BAÚ
Vem aí longa-metragem sobre a guerrilheira e companheira de Carlos Lamarca, Iara Iavelberg.
A ser dirigido pelo cineasta Flavio Frederico.
Na frente
São Paulo recebe, em novembro, especialistas do mundo inteiro na I Conferência Internacional de Marketing Infantil. Todos pedindo controle em uma área que gira cerca de R$ 50 bilhões por ano no País.
O novo longa da bigBonsai, 13 Minutos, estará na Mostra Internacional de Cinema de SP. O filme, dirigido por Felipe Briso e Gilberto Topczewski, fala da votação sobre o desarmamento no Brasil.
Alberto Botti e Marc Rubin lançam o Botti Rubin Portfólio 2002-2009. Hoje, no Centro Brasileiro Britânico.
O Cine Marrocos - construção da década de 40, no centro - foi eleito pelo cenógrafo Marcelo Bacchin para realizar, a partir de hoje, a mostra de festas e eventos Vive La Fête.
Em clima intimista, Paulo José vai convidar amigos para jornada cinematográfica. O documentário sobre sua vida, dirigido por Pedro Freire.
Ed Motta reúne suas grandes paixões: vinho e vinil, no show intimista que fará amanhã, no Shopping Iguatemi. Dentro da One Week.
A Sociedade Rural Brasileira comemora os 90 anos, em novembro, na Sala São Paulo. Com convidados até do exterior.
Pergunta que não quis calar ontem, durante o debate do Estadão: por que será que o petróleo que está debaixo da camada de sal se chama pré e não pós-sal?
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