Deixa que eu chuto
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 07/08/09
Entre os próprios peemedebistas, não faltaram vozes para desaconselhar Renan Calheiros a tocar fogo no paiol ao ler, da tribuna do Senado, a representação contra Arthur Virgílio (PSDB-AM), entremeada por comentários de tom intimidatório dirigidos a desafetos que o ouviam no plenário. Senadores do partido, como Romero Jucá, e seu presidente, Michel Temer, foram alguns dos que tentaram convencer Renan a apenas protocolar o pedido. Nada feito.
O comando da sigla evitou envolver seus técnicos na feitura da representação -que Renan frisava ser "do PMDB". Por isso, o texto é aberto com requerimento do próprio senador, solicitando à Executiva que referendasse o documento, dando-lhe lastro partidário.
Bingo. Uma das poucas representações no Conselho de Ética que o PT se comprometeu a acatar é a referente aos atos secretos. O período recordista em número de atos secretos é -como mostrou o PowerPoint de José Sarney- o da presidência de Renan.
Divisória. Ao opinar sobre a crise, Aloizio Mercadante costuma dizer que há "dois grupos" no Senado. Para o líder da bancada do PT, "o Arthur Virgílio nunca participou de irregularidades."
Moonwalk. Mercadante assistiu pela TV, de seu gabinete, ao quebra-pau no plenário. Ideli Salvatti (PT-SC) também manteve distância.
Parou geral. Antes de Renan subir à tribuna, Sarney respondeu assim ao questionamento de Arthur Virgílio sobre quais matérias seriam votadas dali em diante: "Não há nada importante". Logo em seguida, completou: "As coisas mais difíceis eu tirei".
Vai sonhando. De um ministro desolado no início da noite: "E eu que comecei o dia achando que caminhávamos para terminar a semana de forma mais tranquila..."
Hora de assoprar. Três dias depois de mandar Pedro Simon (PMDB-RS) "engolir" e "digerir" suas palavras, Fernando Collor (PTB-AL) foi até Arthur Virgílio para elogiar o "tom sereno" de sua resposta a Renan. O mesmo tom conciliador foi adotado por Gim Argello (PTB-AL).
O que será... De Marina Silva, falando ao Blog da Amazônia sobre a possibilidade de disputar a Presidência pelo PV: "Não estou fazendo cálculos. Se eu ficasse calculando tempo em programa eleitoral, jamais teria sido candidata. Você sabe que já fui candidata com um tempo de um minuto, que tinha que ser dividido com o Chico Mendes".
...será. De Fábio Vaz de Lima, marido da senadora, no mesmo blog: "Sou contra a saída dela do PT e já expus minhas razões. Mas a maneira como tem se conduzido até aqui me dá a certeza de que a Marina já tomou uma decisão. É possível até que ofereçam a ela a presidência do PV. Sendo assim, vou acompanhá-la. Sou capaz disso em quaisquer circunstâncias".
Tal e qual. Uma cabeça experiente observa: com a ameaça da candidatura de Marina Silva, Lula prova de um veneno igual ou pior do que aquele que pretende administrar a José Serra ao inflar o balão da candidatura de Ciro Gomes em São Paulo.
Xadrez. Assim como a investigação sobre o Detran gaúcho, a presidência da nova CPI contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) será do PT: deputada Stela Farias. O PMDB luta para ficar com a relatoria, já que tem deputados citados na denúncia e teme por devassa no Banrisul, há anos controlado pela sigla.
Repasses e metas. Em encontro com secretários estaduais de Segurança e de Justiça, o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, defendeu a criação de um fundo de financiamento da segurança pública, nos moldes do que existe para a educação.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Sou advogado de defesa, não sou advogado de ataque."
Tiroteio
"Sou advogado de defesa, não sou advogado de ataque."
De ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA CASTRO, o Kakay, defensor de José Sarney no Conselho de Ética, negando ter participado da elaboração da representação do PMDB contra o senador tucano Arthur Virgílio.
Contraponto
Território independente A iminência da entrada em vigor da nova e severa legislação antifumo em São Paulo foi assunto durante encontro casual entre Cunha Bueno (PP) e Andrea Matarazzo (PSDB). Em dúvida quanto ao calendário, o ex-deputado perguntou ao secretário municipal das Subprefeituras:
-Até quando eu posso fumar?
Matarazzo esclareceu que a proibição começaria hoje, 7 de agosto, mas procurou consolar Cunha Bueno:
-Você sempre poderá fumar lá na minha casa...
Sem prejuízo de sua antiga e estreita amizade com o antitabagista José Serra, Matarazzo mandou instalar em sua casa uma placa que diz: "Aqui se fuma muito!".
Contraponto
Território independente A iminência da entrada em vigor da nova e severa legislação antifumo em São Paulo foi assunto durante encontro casual entre Cunha Bueno (PP) e Andrea Matarazzo (PSDB). Em dúvida quanto ao calendário, o ex-deputado perguntou ao secretário municipal das Subprefeituras:
-Até quando eu posso fumar?
Matarazzo esclareceu que a proibição começaria hoje, 7 de agosto, mas procurou consolar Cunha Bueno:
-Você sempre poderá fumar lá na minha casa...
Sem prejuízo de sua antiga e estreita amizade com o antitabagista José Serra, Matarazzo mandou instalar em sua casa uma placa que diz: "Aqui se fuma muito!".
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