João Carlos Zoghbi e sua mulher afirmam à revista "Época" que o ex-diretor-geral é sócio de todas as prestadoras de serviço da Casa
FOLHA DE SÃO PAULO - 02/05/09
O casal não mostrou provas das acusações, mas insinuou que Agaciel usa seus irmãos como laranjas; ele não foi localizado para comentar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi e sua mulher, Denise Zoghbi, acusaram o ex-diretor-geral da Casa Agaciel da Silva Maia de ser dono de todas as empresas terceirizadas que atuam na Casa.
"Esses anos todos, o Senado tem dono. Um único dono", disse Denise, sobre Agaciel. "Ele é sócio de todas as empresas terceirizadas [que têm contrato com o Senado]."
As declarações estão na última edição da revista "Época". Zoghbi já havia admitido ter usado a ex-babá Maria Izabel Gomes, 83, para ocultar os filhos como donos da Contact, empresa que atua como correspondente de bancos no mercado de empréstimo consignado do Senado.
A revista também mostrou que Maria Izabel é dona de outras quatro empresas. Na entrevista, o casal afirma que Agaciel atua em parceria com os primeiros-secretários.
"Ali, acho que ele divide tudo com o primeiro-secretário", disse Denise. "É a sintonia. Porque o primeiro-secretário, em última análise, é ele que delibera", complementa João Carlos.
"Ele [Agaciel] fica com a parte do leão. Agaciel está milionário", diz Denise.
A Folha não conseguiu localizar Agaciel, João Carlos nem sua mulher ontem.
O casal, no entanto, não apresentou provas das acusações, mas insinuou que Agaciel usa irmãos como laranjas.
"Quer uma ponta? Ele [Agaciel] tem uma penca de irmãos. Mas tem um que trabalha no Senado. É o Oto Maia, que é o mais próximo. Pode ter outros, mas esse, necessariamente, tem o nome dele", disse João Carlos, em outro trecho.
"Uma coisa é certa: ele não está concentrado em cima de uma pessoa. Ele tem braços porque foram 14 anos no comando. Deve ter umas dez terceirizadas", afirmou ele.
Na quinta-feira, Zoghbi entrou com pedido de aposentadoria no Senado.
A medida não interromperá a sindicância interna aberta na semana passada para apurar se ele favoreceu bancos em operações de empréstimo em folha de pagamento no Senado.
Na Casa, há 36 bancos habilitados para fazer empréstimo consignado. Segundo a "Época", 27 instituições bancárias fizeram empréstimos para servidores do Senado nos últimos três anos, num negócio que movimentou R$ 1,2 bilhão.
O banco Cruzeiro do Sul, que repassou R$ 2,3 milhões à Contact como comissão, é o líder no ranking dos empréstimos.
O casal tenta convencer senadores a dar uma punição mais branda. Ambos temem que ele possa ser demitido "a bem do serviço público", o que fará com que perca seus direitos de aposentadoria. No Senado, ele tem como padrinho Edison Lobão (PMDB-MA), que está licenciado e ocupa o Ministério de Minas e Energia.
Em março, Zoghbi deixou o cargo de diretor, "exonerado a pedido", após revelar que vive em uma mansão em Brasília, mas não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando de graça.
"Esses anos todos, o Senado tem dono. Um único dono", disse Denise, sobre Agaciel. "Ele é sócio de todas as empresas terceirizadas [que têm contrato com o Senado]."
As declarações estão na última edição da revista "Época". Zoghbi já havia admitido ter usado a ex-babá Maria Izabel Gomes, 83, para ocultar os filhos como donos da Contact, empresa que atua como correspondente de bancos no mercado de empréstimo consignado do Senado.
A revista também mostrou que Maria Izabel é dona de outras quatro empresas. Na entrevista, o casal afirma que Agaciel atua em parceria com os primeiros-secretários.
"Ali, acho que ele divide tudo com o primeiro-secretário", disse Denise. "É a sintonia. Porque o primeiro-secretário, em última análise, é ele que delibera", complementa João Carlos.
"Ele [Agaciel] fica com a parte do leão. Agaciel está milionário", diz Denise.
A Folha não conseguiu localizar Agaciel, João Carlos nem sua mulher ontem.
O casal, no entanto, não apresentou provas das acusações, mas insinuou que Agaciel usa irmãos como laranjas.
"Quer uma ponta? Ele [Agaciel] tem uma penca de irmãos. Mas tem um que trabalha no Senado. É o Oto Maia, que é o mais próximo. Pode ter outros, mas esse, necessariamente, tem o nome dele", disse João Carlos, em outro trecho.
"Uma coisa é certa: ele não está concentrado em cima de uma pessoa. Ele tem braços porque foram 14 anos no comando. Deve ter umas dez terceirizadas", afirmou ele.
Na quinta-feira, Zoghbi entrou com pedido de aposentadoria no Senado.
A medida não interromperá a sindicância interna aberta na semana passada para apurar se ele favoreceu bancos em operações de empréstimo em folha de pagamento no Senado.
Na Casa, há 36 bancos habilitados para fazer empréstimo consignado. Segundo a "Época", 27 instituições bancárias fizeram empréstimos para servidores do Senado nos últimos três anos, num negócio que movimentou R$ 1,2 bilhão.
O banco Cruzeiro do Sul, que repassou R$ 2,3 milhões à Contact como comissão, é o líder no ranking dos empréstimos.
O casal tenta convencer senadores a dar uma punição mais branda. Ambos temem que ele possa ser demitido "a bem do serviço público", o que fará com que perca seus direitos de aposentadoria. No Senado, ele tem como padrinho Edison Lobão (PMDB-MA), que está licenciado e ocupa o Ministério de Minas e Energia.
Em março, Zoghbi deixou o cargo de diretor, "exonerado a pedido", após revelar que vive em uma mansão em Brasília, mas não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando de graça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário