quarta-feira, maio 27, 2009

BRASÍLIA - DF

Vinho & vingança

Denise Rothemburg
Correio Braziliense - 27/05/2009
 



Antes de decidir quem indicar para a CPI da Petrobras, o líder do PMDB, Renan Calheiros, almoçou com o ministro de Minas e Energia, Édison Lobão (PMDB). Juntos, degustaram um Cartuxa, vinho que integra a lista dos preferidos de Renan. Entre um gole e outro, discutiram os nomes para a CPI e acertaram uma ação conjunta. Todos sabem hoje da resistência de Lobão ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, que sempre se reportou diretamente ao Planalto e nunca ao peemedebista. 

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Renan também queria tirar a impressão de que está na linha de frente do grupo que tenta emplacar a diretoria da empresa que cuidará dos leilões para exploração da camada pré-sal. Nos bastidores, ele tem atribuído essa versão ao líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). “O PMDB não sabe nem tapar buraco, quem dirá furar poço”, diz Renan, quando fala do assunto. Renan não gosta de Mercadante desde os tempos em que enfrentou um processo de cassação na Casa. E, agora, muito menos. Embora Mercadante seja também um apreciador do vinho português, vai ser difícil reunir os dois para degustar um Cartuxa. Que dirá para trabalhar pelo governo.


Boné

O diretor de engenharia da Infraero, Paulo Sérgio Ramos Pinto, pediu demissão ontem pela manhã. É mais um capítulo no inferno astral que a estatal atravessa. Na semana passada, o presidente, Cleonilson Nicácio, bateu de frente contra a Agência Nacional de Aviação Civil por causa do caos aéreo de 2007. Desta vez, a saída de Ramos Pinto, dizem os técnicos, foi por divergências com relação aos processos das obras contestadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 

Entre a cruz...

Estava o maior constrangimento por causa da aliança entre DEM e PT pela aprovação da lista fechada. Agora, o PT roeu a corda e passará a defender a convocação de uma constituinte exclusiva para tratar deste assunto em 2011. 

...e a espada

Chegou a ponto de os partidos da base governista jogarem pesado ontem contra Cândido Vaccarezza (SP) e Henrique Fontana (RS), líderes do PT e do governo na Câmara, respectivamente. Ameaçaram até mesmo apoiar CPIs. “Se o PT se uniu à oposição, então quer dizer que os partidos da base aliada estão liberados para fazerem o que quiserem?”, provocou um dos presentes à reunião. 

Milhões para o GDF

A Caixa Econômica Federal aprovou ontem no fim do dia a liberação de recursos para dois projetos do governo do Distrito Federal. R$ 295 milhões (mais R$ 16 milhões de contrapartida) vão para urbanização e regularização de assentamentos precários. Outros R$ 91 milhões (mais R$ 10 milhões de contrapartida) vão para saneamento. Arruda soube da notícia por um telefonema do deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF). 

No cafezinho


 
 


Apelido/ O deputado Marcelo Melo (PMDB-GO) passou pelo colega Eduardo Cunha (foto) e perguntou: “E aí? E a janelinha?”. Cunha, na hora, retrucou: “É basculante!”. Referia-se ao projeto que reduz de seis meses para um ano o prazo de filiação partidária para candidatos. A proposta, por sinal, mergulhou. Cunha avisa que quer esperar um momento mais propício para tratar do tema. 

As armas da beleza/ A miss Tocantins, Natália Bichuete, estará hoje na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Vai defender o recadastramento de armas. Natália é caçadora e participa até de clube de tiro. É bom as excelências se lembrarem disso antes de se empolgarem com a presença da moça. 

Gafe/ Agraciada pelo Instituto de Estudos Legislativos Brasileiro (Idelb), a Petrobras não mandou representante para receber o prêmio. Em vez de fazer aquela social com quem deseja lhe investigar, a empresa exibiu apenas um vídeo de sete minutos. O senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que anunciou a Petrobras, saiu meio desconfiado. Tem nada não. Pelo visto, Gabrielli vai receber a comenda na CPI. 

Outros carnavais/ Um dos mais combativos entre os contrários à lista fechada, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) saiu-se com esta para ilustrar seu argumento de que o sistema favorece ao caciquismo partidário: “Vamos criar o deputado ‘Luma de Oliveira’: vai sair na rua de coleira com o nome do partido”, disse o pedetista, referindo-se à gargantilha que a modelo usou num desfile de carnaval, estampando o nome do então marido, Eike Batista.

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