FOLHA DE SÃO PAULO - 10/04/09
NOVA DÉLI - Falar em Brics, o grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, remete para países de grandes dimensões, populações gigantescas e rápidos processos de desenvolvimento. São os "emergentes", que deslancham suas economias e exigem maior participação e poder político. Daí o G20.
O problema é sair dos números e cair na real. Na Índia, economia, informática, ciência e tecnologia, energia nuclear e sólida aliança com os EUA são atestados do estonteante crescimento econômico, mas nada chegou ainda ao cidadão -às pessoas que se amontoam com roupas sujas e olhar perdido em ônibus velhos num dos piores trânsitos do mundo, nem às multidões que pulam desesperadas e fedidas sobre os turistas para vender qualquer coisa por qualquer dinheiro.
Já no aeroporto, fica evidente que Nova Déli é congestionada e caótica. As exceções de praxe são os setores arborizados e limpos onde vivem ou trabalham altos funcionários e diplomatas estrangeiros.
Soldados e policiais com fardas mal ajambradas e curiosas espingardas estão por toda a parte, e a revista de pessoas, bolsas e porta-malas é rotina. O pretexto é o medo de atentados de terroristas do vizinho Paquistão, como no início do ano. A sensação, porém, é que o risco não vem de fora, mas de dentro. A explosão social parece iminente, pela miséria da população (que passa de 1 bilhão, como na China) e apesar da passividade da divisão em castas.
O PIB do Brasil e da Rússia está em torno de US$ 1,3 tri cada um; o da Índia, de US$ 1,1 tri; a China saiu de US$ 3,3 tri em 2007 e desbancou a Alemanha como terceira economia mundial. Mas, para nós, os leigos, que olhamos pessoas e cidades além dos números e cifras, ainda falta muito para um encontro de contas entre o crescimento pujante dos países e o bem-estar mínimo dos seus cidadãos. Na capital da Índia e arredores, isso parece particularmente sufocante.
NOVA DÉLI - Falar em Brics, o grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, remete para países de grandes dimensões, populações gigantescas e rápidos processos de desenvolvimento. São os "emergentes", que deslancham suas economias e exigem maior participação e poder político. Daí o G20.
O problema é sair dos números e cair na real. Na Índia, economia, informática, ciência e tecnologia, energia nuclear e sólida aliança com os EUA são atestados do estonteante crescimento econômico, mas nada chegou ainda ao cidadão -às pessoas que se amontoam com roupas sujas e olhar perdido em ônibus velhos num dos piores trânsitos do mundo, nem às multidões que pulam desesperadas e fedidas sobre os turistas para vender qualquer coisa por qualquer dinheiro.
Já no aeroporto, fica evidente que Nova Déli é congestionada e caótica. As exceções de praxe são os setores arborizados e limpos onde vivem ou trabalham altos funcionários e diplomatas estrangeiros.
Soldados e policiais com fardas mal ajambradas e curiosas espingardas estão por toda a parte, e a revista de pessoas, bolsas e porta-malas é rotina. O pretexto é o medo de atentados de terroristas do vizinho Paquistão, como no início do ano. A sensação, porém, é que o risco não vem de fora, mas de dentro. A explosão social parece iminente, pela miséria da população (que passa de 1 bilhão, como na China) e apesar da passividade da divisão em castas.
O PIB do Brasil e da Rússia está em torno de US$ 1,3 tri cada um; o da Índia, de US$ 1,1 tri; a China saiu de US$ 3,3 tri em 2007 e desbancou a Alemanha como terceira economia mundial. Mas, para nós, os leigos, que olhamos pessoas e cidades além dos números e cifras, ainda falta muito para um encontro de contas entre o crescimento pujante dos países e o bem-estar mínimo dos seus cidadãos. Na capital da Índia e arredores, isso parece particularmente sufocante.
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