FOLHA DE SÃO PAULO - 29/04/09
SÃO PAULO - Toda a louvação aos dois gols de Ronaldo no domingo já foi feita -e merecida, bem merecida. Falta agora que os jornalistas expliquemos o que aconteceu com ele e com os demais "mágicos" do futebol brasileiro na Copa do Mundo da Alemanha.
Meu ponto é o seguinte: se Ronaldo tivesse feito, na Copa, metade da magia que demonstrou em dois lampejos no domingo, o Brasil provavelmente teria sido campeão. Pior: ele tinha tudo para fazê-lo na Alemanha, se a comparação for com o Ronaldo de domingo.
Primeiro, pesava menos. Segundo, tinha uma cirurgia a menos. Terceiro, tinha três anos a menos (e os anos pesam, eu sei que pesam, por experiência própria, ninguém precisou me contar). Quarto, tinha ao lado Kaká, Robinho e Ronaldinho, capazes de atrair, por definição, mais atenção do adversário do que Chicão, que, segundo Ronaldo, é o melhor jogador do Corinthians.
Logo, deveria ter sobrado mais espaço para mais mágicas. No entanto, Ronaldo fracassou miseravelmente. Como fracassaram miseravelmente os outros "mágicos" acima citados. Pior do que fracassar: iniciaram um tobogã para baixo rumo à mediocridade.
Desde a Copa, Ronaldinho, Kaká, Robinho e Ronaldo encolheram, por mais que o último ainda exiba aqui e ali um lampejo do esplendor antigo.
O que aconteceu com eles todos, na Alemanha e depois? Ah, ainda há o caso Adriano, que não era propriamente um "mágico", mas jogava mais do que passou a exibir depois, até a aposentadoria precoce. Não houve, que eu tenha lido, nenhuma explicação para esse mistério. Tudo bem que resolvê-lo não vai mudar os destinos da humanidade, mas imagino que histórias da alma humana valham tanto quanto as misérias dela, expostas cotidianamente nos escândalos políticos (assumindo o polêmico pressuposto de que político tem alma).
SÃO PAULO - Toda a louvação aos dois gols de Ronaldo no domingo já foi feita -e merecida, bem merecida. Falta agora que os jornalistas expliquemos o que aconteceu com ele e com os demais "mágicos" do futebol brasileiro na Copa do Mundo da Alemanha.
Meu ponto é o seguinte: se Ronaldo tivesse feito, na Copa, metade da magia que demonstrou em dois lampejos no domingo, o Brasil provavelmente teria sido campeão. Pior: ele tinha tudo para fazê-lo na Alemanha, se a comparação for com o Ronaldo de domingo.
Primeiro, pesava menos. Segundo, tinha uma cirurgia a menos. Terceiro, tinha três anos a menos (e os anos pesam, eu sei que pesam, por experiência própria, ninguém precisou me contar). Quarto, tinha ao lado Kaká, Robinho e Ronaldinho, capazes de atrair, por definição, mais atenção do adversário do que Chicão, que, segundo Ronaldo, é o melhor jogador do Corinthians.
Logo, deveria ter sobrado mais espaço para mais mágicas. No entanto, Ronaldo fracassou miseravelmente. Como fracassaram miseravelmente os outros "mágicos" acima citados. Pior do que fracassar: iniciaram um tobogã para baixo rumo à mediocridade.
Desde a Copa, Ronaldinho, Kaká, Robinho e Ronaldo encolheram, por mais que o último ainda exiba aqui e ali um lampejo do esplendor antigo.
O que aconteceu com eles todos, na Alemanha e depois? Ah, ainda há o caso Adriano, que não era propriamente um "mágico", mas jogava mais do que passou a exibir depois, até a aposentadoria precoce. Não houve, que eu tenha lido, nenhuma explicação para esse mistério. Tudo bem que resolvê-lo não vai mudar os destinos da humanidade, mas imagino que histórias da alma humana valham tanto quanto as misérias dela, expostas cotidianamente nos escândalos políticos (assumindo o polêmico pressuposto de que político tem alma).
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