País começa a sair do pessimismo, mas governo Temer e Congresso têm de trabalhar na agenda das reformas, porque a retomada do crescimento não será espontânea
Em contraste com as tensões de todo o curto segundo mandato da presidente Dilma, agravadas pelo clima de guerra criado no lulopetismo em torno da votação do afastamento da presidente, vive-se um período de saudável distensão, amplificada pelo encaminhamento ao plenário da Câmara do pedido de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha e Dilma, dois fatores de polarização na vida pública, estão, neste momento, em segundo plano, embora nada ainda tenha sido decidido sobre seu futuro. Neste quadro, a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição para presidente da Casa, com um discurso apaziguador, veio reforçar a tendência ao desanuviamento.
A própria troca de Dilma por Temer, político adestrado no diálogo, de falas às vezes rebuscadas porém compreensíveis, já significou um avanço. E a escolha de uma equipe econômica competente serviu para animar os mercados.
Pesquisa Datafolha feita quinta e sexta-feiras, publicada neste fim de semana, deu números à mudança da atmosfera no país: um índice de confiança de 98 pontos é o mais elevado desde os 121 de dezembro de 2014; 38% dos entrevistados estão otimistas com a economia, contra o pessimismo de 30%; enquanto 50% querem a permanência de Temer e apenas 32% a volta de Dilma.
A melhoria de humor se reflete nas expectativas para a economia. As projeções dos analistas do mercado financeiro, colhidas pelo Banco Central (Relatório Focus), elevam, há três semanas, as taxas de crescimento do PIB em 2017: passaram de 0,24% para 1,12%. Já o Fundo Monetário, ontem mesmo, reduziu a estimativa da recessão brasileira para este ano (de 3,8% para 3,3%) e passou a apostar num crescimento, no ano que vem, de 0,5%, quando antes acreditava em estagnação.
A distensão política aplaina terreno para a economia, mas não é suficiente para resgatar o país totalmente da crise. Não há recuperação espontânea. Continuam a ser imprescindíveis medidas de política econômica adequadas, inclusive já enunciadas: teto para os gastos públicos, reforma da Previdência etc.
Não passou despercebido o apoio de PT e Lula a Rodrigo Maia, no segundo turno na eleição na Câmara, numa ação anti-Cunha, mas que pressupõe que mesmo no lulopetismo a tese do “golpe” se desidrata. A vida segue e, com a ampliação de espaços no Congresso para Temer, o lulopetismo precisa se posicionar como legenda de oposição, e não ficar imobilizado no devaneio do “golpe”. Que é aquilo que quase aconteceu na Turquia, com tiros, tanques e jatos, sem Judiciário e Congresso. Assim, Dilma parece que se desmancha no ar. A ponto de ela mesma começar aos poucos a fazer a mudança de volta a Porto Alegre.
As condições melhoram para Temer, mas, passado o recesso, é preciso trabalhar junto ao Congresso para não se perder tempo, a fim de, depois do impeachment, acelerar-se a agenda das reformas. Temer recepcionaria ontem à noite, com um jantar, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na agenda, a construção de uma pauta para o segundo semestre, voltada à recuperação da economia. Na sua essência, ela está definida. O essencial é a base do governo entender a gravidade crise e, portanto, a necessidade da da urgência nas votações.
Em contraste com as tensões de todo o curto segundo mandato da presidente Dilma, agravadas pelo clima de guerra criado no lulopetismo em torno da votação do afastamento da presidente, vive-se um período de saudável distensão, amplificada pelo encaminhamento ao plenário da Câmara do pedido de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha e Dilma, dois fatores de polarização na vida pública, estão, neste momento, em segundo plano, embora nada ainda tenha sido decidido sobre seu futuro. Neste quadro, a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição para presidente da Casa, com um discurso apaziguador, veio reforçar a tendência ao desanuviamento.
A própria troca de Dilma por Temer, político adestrado no diálogo, de falas às vezes rebuscadas porém compreensíveis, já significou um avanço. E a escolha de uma equipe econômica competente serviu para animar os mercados.
Pesquisa Datafolha feita quinta e sexta-feiras, publicada neste fim de semana, deu números à mudança da atmosfera no país: um índice de confiança de 98 pontos é o mais elevado desde os 121 de dezembro de 2014; 38% dos entrevistados estão otimistas com a economia, contra o pessimismo de 30%; enquanto 50% querem a permanência de Temer e apenas 32% a volta de Dilma.
A melhoria de humor se reflete nas expectativas para a economia. As projeções dos analistas do mercado financeiro, colhidas pelo Banco Central (Relatório Focus), elevam, há três semanas, as taxas de crescimento do PIB em 2017: passaram de 0,24% para 1,12%. Já o Fundo Monetário, ontem mesmo, reduziu a estimativa da recessão brasileira para este ano (de 3,8% para 3,3%) e passou a apostar num crescimento, no ano que vem, de 0,5%, quando antes acreditava em estagnação.
A distensão política aplaina terreno para a economia, mas não é suficiente para resgatar o país totalmente da crise. Não há recuperação espontânea. Continuam a ser imprescindíveis medidas de política econômica adequadas, inclusive já enunciadas: teto para os gastos públicos, reforma da Previdência etc.
Não passou despercebido o apoio de PT e Lula a Rodrigo Maia, no segundo turno na eleição na Câmara, numa ação anti-Cunha, mas que pressupõe que mesmo no lulopetismo a tese do “golpe” se desidrata. A vida segue e, com a ampliação de espaços no Congresso para Temer, o lulopetismo precisa se posicionar como legenda de oposição, e não ficar imobilizado no devaneio do “golpe”. Que é aquilo que quase aconteceu na Turquia, com tiros, tanques e jatos, sem Judiciário e Congresso. Assim, Dilma parece que se desmancha no ar. A ponto de ela mesma começar aos poucos a fazer a mudança de volta a Porto Alegre.
As condições melhoram para Temer, mas, passado o recesso, é preciso trabalhar junto ao Congresso para não se perder tempo, a fim de, depois do impeachment, acelerar-se a agenda das reformas. Temer recepcionaria ontem à noite, com um jantar, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na agenda, a construção de uma pauta para o segundo semestre, voltada à recuperação da economia. Na sua essência, ela está definida. O essencial é a base do governo entender a gravidade crise e, portanto, a necessidade da da urgência nas votações.
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