FOLHA DE SP - 15/11
BRASÍLIA - A nova fase da operação Lava Jato antecipou a tempestade política que muitos previam chegar somente no início de 2015.
A prisão de executivos de empresas que respondem por boa parte do financiamento de campanhas eleitorais no país terá consequências inevitáveis sobre a forma como se faz política atualmente no Brasil.
Mas a primeira vítima efetiva da avalanche provocada pela PF será a Petrobras, estatal que está no epicentro da crise que eclodiu em março.
A credibilidade da maior empresa do país está no chão. O envolvimento de ex-diretores da estatal no esquema desbaratado pela PF travou operações corriqueiras, como a publicação do resultado da companhia no último trimestre.
O Palácio do Planalto reconhece que é preciso agir rápido para tentar, de alguma forma, limpar a imagem da empresa e evitar que os futuros desdobramentos das investigações comprometam, ainda mais, a capacidade da estatal de investir e operar.
A reformulação do comando da empresa é dada como certa. A dúvida, até o momento, é a extensão dessa mudança e o tempo de execução.
A saída de Graça Foster da presidência da Petrobras deixou de ser mera especulação. Mesmo sem ligação direta com o escândalo de desvio de recursos, sua permanência na cadeira é politicamente inviável.
Substituir a executiva não é tarefa fácil. O primeiro obstáculo está dentro do próprio Palácio do Planalto. Graça pertence ao restrito grupo de pessoas que a presidente Dilma Rousseff gosta e confia.
A segunda dificuldade é encontrar, fora da empresa, um nome com respaldo no mercado de petróleo que esteja disposto a assumir o comando da estatal no momento mais delicado de seus 61 anos de história.
Dilma tem nas mãos uma decisão difícil de ser tomada. E não poderá adotar o ritmo cadenciado que sempre usou para promover mudanças. Tempo é algo cada vez mais escasso para a gigante do petróleo.
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