CORREIO BRAZILIENSE - 19/10
Rui Barbosa, diplomata, jurista, professor, escritor, deputado provincial até 1878, deputado nacional de 1878 a 1884, senador de 1890 a 1921 (Primeira República) disse, certa feita, uma frase que coincide com o meu estado de espírito: "Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e a vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos "floreios" para justificar atos criminosos. Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer. Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!".
Espero, entre descrente e esperançoso, que o PT seja vencido e que seus próceres sejam, civil e criminalmente, responsabilizados pelos crimes contra o patrimônio das empresas estatais, em prejuízo dos acionistas particulares (minoritários), especialmente na Petrobras e na Eletrobras, como recomenda a Constituição e as leis do Estado Democrático de Direito, que o PT tentou erradicar durante três mandatos presidenciais, sem êxito, em face da resistência dos democratas.
Não entendi como o eleitorado mineiro pôde votar em Dilma em detrimento de Aécio - ela tão ingrata para com Minas. A novidade é que o PT tornou o governo o grande coronel dos grotões (coronelismo de Estado). Aécio quer, por lei, transformar o Bolsa Família em política de Estado e não de governo. Neves e Anastásia, por 12 anos, nos governaram com ética e competência. Se não votarmos em massa no segundo turno, não vejo como evitar a derrota da esperança no porvir da nação que esses mineiros representam, a exemplo de São Paulo, estado desenvolvido, no qual Aécio teve o dobro dos votos do PT.
O programa da Dilma contempla três pontos comunizantes inspirados pelo foro de São Paulo, criado por Lula, Fidel Castro e partidos comunistas da América Latina. Primeiro querem mudar a Constituição, para introduzir consultas populares e plebiscitos liberticidas, enfiando os "movimentos sociais" na estrutura do Estado. Foi assim que Chávez tornou a Venezuela uma ditadura.
Depois, querem mudar o sistema jurídico diminuindo-lhe o alcance (o chamado efeito Joaquim Barbosa). As invasões das propriedades alheias, urbanas e rurais, não mais desafiarão os interditos possessórios, especialmente o de reintegração de posse, sem a oitiva prévia dos "movimentos sociais" (coletivização violenta da propriedade privada).
Por último, o programa do PT subscrito por Dilma propõe o controle popular dos meios de comunicação e impede as tevês, rádios e jornais de se auto-organizarem, como ocorre entre os povos democráticos. Querem influir nos "conteúdos" e na autonomia privada. Foi assim que Cristina Kirchner "fatiou" o jornal Clarín e Hugo Chávez confiscou meios de comunicação na Venezuela.
Comunista por formação, Dilma se apossou da Petrobras, dos Correios, da Eletrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e até do Banco Central, em prol dos desígnios do seu partido, mesmo após o supremo tribunal Federal ter condenado a cúpula do PT (os meios justificam os fins como preconizava Lenin). No plano econômico, foi o pior governo, desde 1930 (inflação alta, crescimento de 0,3%, dívida crescendo, falta de confiança dos investidores). A sua campanha é feita de mentiras e ataques pessoais, à moda de Stalin.
Milhares de militantes do PT estão atuando no Nordeste e nas periferias, plantando o ódio e a luta de classes na versão dos "ricos neoliberais" contra "os pobres desprotegidos". Estão com medo de irem parar nos tribunais, pelos crimes de lesa-pátria e, por isso, levam ao máximo a tática da luta de classes, amedrontando os eleitores para manterem o poder.
O preço da liberdade é a eterna vigilância. O ditado supérfluo noutras plagas é válido no Brasil. Fosse o país uma democracia plena, a presidente já estaria impedida de concorrer, e investigada como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, pela inacreditável roubalheira ali estabelecida por longos e lustrosos anos. Terá sido incompetente ou conivente.
Votemos por novos tempos, maiores liberdades e progresso econômico, em prol de todos os brasileiros, em ambiente democrático, com segurança jurídica!
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