CORREIO BRAZILIENSE - 09/08
Com a guerra de Gaza, os demais conflitos do Oriente Médio ficaram em segundo plano. As crises, porém, prosseguem. Síria, Líbia e Iraque continuam a se debater na fogueira de paixões que ceifam vidas e incendeiam a região. A situação é de tal gravidade que minorias correm risco de ser varridas do mapa. É o que ocorre com o avanço da facção terrorista Estado Islâmico.
Os jihadistas, que se apossam do norte do Iraque, provocaram a fuga de dezenas de milhares de curdos em pânico. Ao se refugiarem em cavernas de montanhas, os fugitivos se tornaram reféns dos radicais, que os sitiam e os impedem de ter acesso a alimentos, remédios e água. Eles, por professarem a religião yazidi, são considerados pelos invasores apóstatas e adoradores do diabo. Devem, por isso, ser sacrificados.
É morrer ou morrer. De 10 mil a 40 mil pessoas não têm alternativa. Se permanecerem no esconderijo, sucumbirão de desidratação e fome. Se buscarem saída, terão a sorte de mais de 500 pessoas que os antecederam: não passarão com vida pelos extremistas. O governo iraquiano tentou ajuda emergencial. Lançou, de avião, garrafas de água. Sem êxito.
Na quinta-feira, Obama autorizou, sem consultar o Congresso, ajuda humanitária e recorreu a ataques aéreos contra os radicais para evitar o massacre de xiitas, curdos e cristãos. Afirma não ser retorno à guerra, mas não fixou data para cessar os bombardeios. Terá problemas internos porque a maioria republicana na Câmara manobra para que ele só possa intervir militarmente com a participação do Legislativo. Acentua-se, assim, a bipolarização da política estadunidense.
Impossível desvincular a tragédia do Iraque de atos dos Estados Unidos. Depois da guerra que arrasou o país, a prometida paz ficou mais distante. Não houve empenho de harmonizar as partes e reconstruir as instituições. Barack Obama retirou as tropas americanas antes do prazo previsto, segundo muitos, com fins eleitoreiros. A solução política encontrada contemplaria a maioria xiita no poder, mas com parlamento que representasse os sunitas. A realidade, porém, mostrou fracasso na forma de convivência. Os extremistas sunitas formaram o Estado Islâmico, grupo altamente organizado e armado.
Analistas concordam que a saída tem de ser a renúncia do primeiro-ministro xiita e a formação de governo que inclua ambições dos sunitas, que não se sentem representados. É preciso organizar politicamente o Estado levando em consideração que os sunitas são a segunda maior comunidade religiosa - têm força e acabaram se rebelando contra o poder central. Os iraquianos não podem se defender por conta própria.
Os jihadistas, que se apossam do norte do Iraque, provocaram a fuga de dezenas de milhares de curdos em pânico. Ao se refugiarem em cavernas de montanhas, os fugitivos se tornaram reféns dos radicais, que os sitiam e os impedem de ter acesso a alimentos, remédios e água. Eles, por professarem a religião yazidi, são considerados pelos invasores apóstatas e adoradores do diabo. Devem, por isso, ser sacrificados.
É morrer ou morrer. De 10 mil a 40 mil pessoas não têm alternativa. Se permanecerem no esconderijo, sucumbirão de desidratação e fome. Se buscarem saída, terão a sorte de mais de 500 pessoas que os antecederam: não passarão com vida pelos extremistas. O governo iraquiano tentou ajuda emergencial. Lançou, de avião, garrafas de água. Sem êxito.
Na quinta-feira, Obama autorizou, sem consultar o Congresso, ajuda humanitária e recorreu a ataques aéreos contra os radicais para evitar o massacre de xiitas, curdos e cristãos. Afirma não ser retorno à guerra, mas não fixou data para cessar os bombardeios. Terá problemas internos porque a maioria republicana na Câmara manobra para que ele só possa intervir militarmente com a participação do Legislativo. Acentua-se, assim, a bipolarização da política estadunidense.
Impossível desvincular a tragédia do Iraque de atos dos Estados Unidos. Depois da guerra que arrasou o país, a prometida paz ficou mais distante. Não houve empenho de harmonizar as partes e reconstruir as instituições. Barack Obama retirou as tropas americanas antes do prazo previsto, segundo muitos, com fins eleitoreiros. A solução política encontrada contemplaria a maioria xiita no poder, mas com parlamento que representasse os sunitas. A realidade, porém, mostrou fracasso na forma de convivência. Os extremistas sunitas formaram o Estado Islâmico, grupo altamente organizado e armado.
Analistas concordam que a saída tem de ser a renúncia do primeiro-ministro xiita e a formação de governo que inclua ambições dos sunitas, que não se sentem representados. É preciso organizar politicamente o Estado levando em consideração que os sunitas são a segunda maior comunidade religiosa - têm força e acabaram se rebelando contra o poder central. Os iraquianos não podem se defender por conta própria.
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