CORREIO BRAZILIENSE - 05/08
Fosse trama criada por Dias Gomes, Janete Clair ou Aguinaldo Silva, por certo o autor mereceria aplausos pela capacidade criativa. Enredar o Senado, a Petrobras, o PT e o Palácio do Planalto em fraude contra o povo é obra de mestre. Imaginar que a montagem da farsa passaria despercebida em época de big brothers é descuido de principiante. As microcâmeras registram o cenário, os personagens, a movimentação e os diálogos sem economia de pormenores.
Graças a uma caneta filmadora, funcionários da estatal do petróleo gravaram reunião do chefe do escritório da empresa em Brasília com dois homens. Um deles, o advogado Bruno Barreiro. No vídeo de 20 minutos obtido pela revista Veja, os servidores dizem ter conseguido cópia das perguntas que seriam feitas a figurões ou ex-figurões da Petrobras, em depoimento na CPI do Senado que investigava desvios em contratos da petroleira.
Em bom português: os investigados receberam as questões e as respostas antecipadamente. Não só. Foram treinados (media trainning) para se saírem bem na foto, no áudio e no vídeo. Entre os municiados com a cola, estavam o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e o então considerado homem-bomba Nestor Cerveró, diretor da área internacional da empresa à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A operação comprometia diretamente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da petrolífera.
É constrangedor. Tomar conhecimento de que senadores aceitaram participar de embuste dessa dimensão causa vergonha e revolta. Fiscalizar o Executivo é uma das funções mais importantes do Legislativo. Um dos instrumentos mais eficazes para exercê-la é a comissão parlamentar de inquérito (CPI). Ao jogá-la na lama, a Câmara Alta não só desacredita o recurso, mas também desmoraliza a instituição. Senado e Câmara, vale lembrar, constituem um dos tripés da democracia.
Impõe-se apurar responsabilidades e punir exemplarmente protagonistas e coadjuvantes da farsa que desrespeitou a opinião pública e abalou ainda mais a reputação da maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo. A Petrobras - fruto de campanha que mobilizou o país de norte a sul - é importante demais para ter o nome manchado por dirigentes descomprometidos com o patrimônio e os valores nacionais.
Com a divulgação do embuste montado para mantê-la com os pés no lodaçal, cresce a suspeita de que existe algo mais grave que convém ocultar. Em concursos públicos, quando ocorre quebra de sigilo, anula-se o certame. Vale a pergunta: descoberta a fraude, a CPI será anulada?
Graças a uma caneta filmadora, funcionários da estatal do petróleo gravaram reunião do chefe do escritório da empresa em Brasília com dois homens. Um deles, o advogado Bruno Barreiro. No vídeo de 20 minutos obtido pela revista Veja, os servidores dizem ter conseguido cópia das perguntas que seriam feitas a figurões ou ex-figurões da Petrobras, em depoimento na CPI do Senado que investigava desvios em contratos da petroleira.
Em bom português: os investigados receberam as questões e as respostas antecipadamente. Não só. Foram treinados (media trainning) para se saírem bem na foto, no áudio e no vídeo. Entre os municiados com a cola, estavam o ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e o então considerado homem-bomba Nestor Cerveró, diretor da área internacional da empresa à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A operação comprometia diretamente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da petrolífera.
É constrangedor. Tomar conhecimento de que senadores aceitaram participar de embuste dessa dimensão causa vergonha e revolta. Fiscalizar o Executivo é uma das funções mais importantes do Legislativo. Um dos instrumentos mais eficazes para exercê-la é a comissão parlamentar de inquérito (CPI). Ao jogá-la na lama, a Câmara Alta não só desacredita o recurso, mas também desmoraliza a instituição. Senado e Câmara, vale lembrar, constituem um dos tripés da democracia.
Impõe-se apurar responsabilidades e punir exemplarmente protagonistas e coadjuvantes da farsa que desrespeitou a opinião pública e abalou ainda mais a reputação da maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo. A Petrobras - fruto de campanha que mobilizou o país de norte a sul - é importante demais para ter o nome manchado por dirigentes descomprometidos com o patrimônio e os valores nacionais.
Com a divulgação do embuste montado para mantê-la com os pés no lodaçal, cresce a suspeita de que existe algo mais grave que convém ocultar. Em concursos públicos, quando ocorre quebra de sigilo, anula-se o certame. Vale a pergunta: descoberta a fraude, a CPI será anulada?
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