FOLHA DE SP - 24/07
BRASÍLIA - Se até aqui Dilma estava na defesa, e Aécio e Eduardo Campos no ataque, agora Dilma sai da berlinda e a oposição entra. Mais uma inversão na balança de uma eleição em tudo emocionante.
Enquanto o TCU livra a cara de Dilma na mal contada compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, Aécio se enrola para explicar uma pista de pouso em Minas, e Campos faz tudo para se descolar de uma tentativa de suborno para o apoio de seu candidato ao governo de Pernambuco.
Isso significa que os candidatos à Presidência vão se embolando num disse que disse, mas Dilma emerge da pior fase das confusões da Petrobras, Aécio mergulha num buraco sem fundo --ou sem versões convincentes--, e ele e Campos resvalam em questões de cunho ético.
Dilma ficou na berlinda porque era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando da compra milionária de Pasadena, que representou um prejuízo altíssimo para a principal empresa brasileira, segundo o próprio TCU. Mas o relator que isentou de responsabilidade os conselheiros, inclusive Dilma, foi José Jorge, pernambucano, ex-PFL e ex-ministro de FHC. Logo, fora de qualquer suspeita. Com isso, a oposição mantém o discurso sobre a Petrobras, mas perde sobre Dilma.
Aécio entrou na berlinda por reagir mal, em nota demasiadamente enxuta e entrevistas balbuciantes, à notícia de que usou quase R$ 14 milhões, quando governador de Minas, numa pista de pouso que lhe serve de acesso a uma fazenda da família. Até ele explicar, se é que pode explicar, qual a serventia para o Estado e quantas vezes pousou lá, em que aeronaves e com quem, vai ficar "sangrando" na mídia.
Campos se vê no meio do mundo nebuloso da palavra de um (a do deputado José Augusto Maia, do Pros) contra outro (a do seu partido, o PSB), sobre compra de apoios.
E a economia, a mão pesada estatal, o desajuste do setor de energia? Ah! Isso é coisa para "a elite branca".
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