FOLHA DE SP - 13/04
BRASÍLIA - Com Dilma enfraquecida pela economia e pressionada pelas pesquisas, a oposição tenta mostrar a cara e avançar justamente quando os dois escândalos do momento se cruzam: o da Petrobras e o da Operação Lava Jato da PF.
O governo estava convencido de que tinha enterrado a CPI e de que o pior já tinha passado, mas a Polícia Federal, o Ministério Público e a imprensa têm uma dinâmica própria. Com ou sem CPI, os podres continuam vindo à tona todos os dias.
Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) se movem sob o impulso de vários dados captados pelo Datafolha, especialmente de um: 72% dos entrevistados dizem que querem mudança. Quem dá mais?
Ambos se pautam, ainda, por um discurso de Fernando Henrique, em 2011, apontando o foco das campanhas: a nova classe média, filha da estabilização da economia de FHC e da inclusão social de Lula.
Pelos dados internos, tanto do PSDB quanto do PSB e da Rede, são 104 milhões de brasileiros, representando 54% dos eleitores e R$ 1,03 trilhão em consumo.
Enquanto Dilma está na retranca (e suas imagens de sexta-feira estavam péssimas), seus adversários estão no ataque e testando o fôlego, porque a distância é grande.
Aécio é a estrela de programas na TV, com uma novidade de forte apelo político e de resultados eleitorais incertos: depois de mais de uma década de jejum em campanhas, FHC, 82, ressurge defendendo renovação, juventude e capacidade.
E Eduardo Campos vai finalmente anunciar Marina Silva como sua vice numa festança amanhã em Brasília, com atores, músicos, poetas regionais. Selado o casamento, os noivos vão à internet papear com o eleitorado, reiterando o que Lula já antecipara: as redes sociais serão de grande valia, essenciais mesmo, nas campanhas de 2014.
O país está fervendo, e a eleição, como a Copa, está aquecendo e tem resultados imprevisíveis. Ótimo.
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