FOLHA DE SP - 06/03
A menos de um mês de deixar o governo de Pernambuco para se dedicar à campanha presidencial, Eduardo Campos inicia hoje maratona de visitas a 18 microrregiões do Estado. O pré-candidato do PSB vai visitar mais de 70 empreendimentos, muitos ainda em fase de execução, principalmente nas áreas de transportes, recursos hídricos, educação e saúde. O objetivo é dar subsídios ao discurso, que será usado no pleito, de que seu governo tem mais a entregar que o de Dilma Rousseff.
Escudeiros Na caravana, Campos deverá estar sempre acompanhado da chapa majoritária do PSB pernambucano: o secretário de Fazenda, Paulo Câmara, candidato ao governo, e o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, postulante ao Senado.
Símbolo A escolha de Câmara para sucedê-lo teve também um componente de comparação com o PT: Campos quis sinalizar ao mercado que o sucessor é responsável pela saúde fiscal do Estado, no momento em que o governo federal é questionado nesse fundamento.
Procuração A reunião de ontem entre Dilma e Lula, da qual participou todo o comando da pré-campanha, teve por objetivo fortalecer o presidente do PT, Rui Falcão, para enfrentar o líder do PMDB e mentor do chamado "blocão" independente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
Recreio Principal fiador da aliança PT-PMDB, o vice-presidente Michel Temer passou o Carnaval nos parques da Disney, em Orlando. Diante da crise entre as siglas e a rebelião peemedebista, um aliado brinca: "Melhor o Pateta original que os daqui".
Pós-folia Com o aval do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), os líderes do "blocão" querem destrancar a pauta de votações na Casa a partir da semana que vem, para tentar reverter a marca de pior índice de produção em dez anos.
Piloto O primeiro projeto a testar a disposição legiferante dos deputados deve ser o marco civil da internet, que o governo quer ver aprovado, mas que conta com grande resistência de parcela dos deputados, capitaneada peplo próprio Cunha. Depois dessa, há várias matérias da chamada pauta-bomba fiscal.
Avant... Dilma receberá nessa semana uma cópia do filme "Corte seco", do cineasta Renato Tapajós. A presidente, ex-presa política, será a primeira a assistir ao longa-metragem, que conta a história de quatro militantes presos na Operação Bandeirante que foram torturados.
... première "Passei por isso", disse Tapajós à coluna. O filme custou R$ 1,2 milhão, teve patrocínio da Petrobras e traz cenas explícitas de tortura. Uma delas dura dez minutos, nos quais um personagem é submetido a sessões de pau de arara, choque e afogamento em água e sal grosso.
Torneira A ANA (Agência Nacional de Águas) determinou à Sabesp que limite a 27,9 m³ por segundo a retirada de água do sistema Cantareira. A média histórica é de 33 m³/s, e hoje esse volume está em 29 m³/s. Ainda assim, o governo de São Paulo descarta adotar rodízio de água.
Vem cá 1 Enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) não define de vez a regra para pagamento de precatórios, a Prefeitura de São Paulo vai convocar, a partir da semana que vem, os credores interessados em fazer acordo para receber esses títulos, desde que com 50% de deságio.
Vem cá 2 O estoque de precatórios é, juntamente com a dívida, o principal problema financeiro da capital. Depois de fechar o acordo com os credores, a prefeitura vai esperar a decisão do STF para fazer os pagamentos.
com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA
tiroteio
"As fichas dos equívocos do governo estão caindo. Agora, banco oficial não vai mais usar o Tesouro para subsidiar o crédito."
DE LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS, ex-prefeito de Vitória e assessor econômico do PSDB, sobre o Tesouro não injetar mais recursos para empréstimo na Caixa.
contraponto
Questão de ponto de vista
O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) chegou ao plenário do Senado há algumas semanas animado após ver uma pesquisa recente sobre intenções de voto para presidente da República, realizada em Brasília, em que Aécio Neves (PSDB) aparecia com ligeira vantagem na liderança, à frente da presidente Dilma Rousseff.
--E aí? Já viu nosso presidente hoje? --perguntou o deputado ao chegar a uma roda de conversa.
--Não, hoje ainda não falei com Eduardo Campos --respondeu o senador Rodrigo Rollemberg, líder do PSB no Senado, que também é de Brasília.
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