CORREIO BRAZILIENSE - 06/01
Menos acidentes, menos mortes, menos feridos. As promissoras estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que comparam dados das festas de fim de ano de 2012 e 2013, são um alento. Mas o Brasil precisa estar atento a outras informações.
Primeiro, variação positiva até mais ampla já havia sido registrada no país. O número geral de vítimas de acidentes fatais de trânsito caiu 22% logo após a implantação do Código de Trânsito Brasileiro, de 1997. Mas a curva ascendente foi retomada no ano 2000.
Segundo, a taxa nacional de mortalidade nas vias ainda é das mais elevadas do mundo (22,5 por 100 mil habitantes, contra 12,6, por exemplo, da Argentina). Sem querer tirar o mérito do sucesso da hora, há que se registrar ainda ser ele apenas um flash de breve período dos 365 dias do ano.
É, pois, preciso muito mais. E a Operação Rodovida, responsável pelo êxito atual, nem traz novidades. De acordo com a PRF, foi feito o básico - o que deveria ser permanente. Por exemplo, reforçar a fiscalização nos trechos mais críticos, com procedimentos de inteligência baseados em estatísticas.
Simples assim: identificados os pontos de maior risco de acidentes, deslocaram-se viaturas para esses locais, posicionando-as com grande visibilidade - para intimidar motoristas que necessitam dos olhos da lei para não cometerem abusos. No mais, instruíram-se os agentes para intensificarem as abordagens.
Ou seja, a fiscalização, quando feita, funciona. Por que, então, é falha na quase totalidade do restante do ano? Por falta de pessoal. A carência foi admitida pelo coordenador-geral de Operações da PRF, Stênio Pires. Ele até ressaltou a realização de concurso para a contratação de mil policiais federais em 2013, mas, realista, acrescentou: "Não foi aumento considerável".
Inconcebível é que, em um Estado inchado, com 39 ministérios, setor essencial à vida careça de funcionários. É, portanto, questão que extrapola a competência dos órgãos responsáveis pela segurança nas estradas. Mas não só. Nota-se que o cidadão também poderia, por iniciativa própria, contribuir enormemente para a redução da tragédia do trânsito nacional. Bastaria dirigir com prudência e respeito à lei.
Fica óbvia, aqui, a ausência de outro ingrediente essencial: a educação. A formação dos motoristas brasileiros tem deixado a desejar. A consciência do perigo e a responsabilidade na direção não podem funcionar apenas mediante repressão. Nem a dor das famílias tem sido suficiente para motivar a paz no trânsito.
Vejam que, nos dias finais de 2013 e na virada do ano, o decréscimo de 16,4% no número de mortes nas rodovias federais, em comparação com igual período anterior, representou a preservação de 41 vidas. Além disso, os 650 acidentes a menos reduziram em 290 o número de feridos. Em suma, a PRF tem o caminho para uma viagem segura. Resta à sociedade como um todo fazer a escolha certa. A atual temporada de férias é boa hora para começar a agir.
Primeiro, variação positiva até mais ampla já havia sido registrada no país. O número geral de vítimas de acidentes fatais de trânsito caiu 22% logo após a implantação do Código de Trânsito Brasileiro, de 1997. Mas a curva ascendente foi retomada no ano 2000.
Segundo, a taxa nacional de mortalidade nas vias ainda é das mais elevadas do mundo (22,5 por 100 mil habitantes, contra 12,6, por exemplo, da Argentina). Sem querer tirar o mérito do sucesso da hora, há que se registrar ainda ser ele apenas um flash de breve período dos 365 dias do ano.
É, pois, preciso muito mais. E a Operação Rodovida, responsável pelo êxito atual, nem traz novidades. De acordo com a PRF, foi feito o básico - o que deveria ser permanente. Por exemplo, reforçar a fiscalização nos trechos mais críticos, com procedimentos de inteligência baseados em estatísticas.
Simples assim: identificados os pontos de maior risco de acidentes, deslocaram-se viaturas para esses locais, posicionando-as com grande visibilidade - para intimidar motoristas que necessitam dos olhos da lei para não cometerem abusos. No mais, instruíram-se os agentes para intensificarem as abordagens.
Ou seja, a fiscalização, quando feita, funciona. Por que, então, é falha na quase totalidade do restante do ano? Por falta de pessoal. A carência foi admitida pelo coordenador-geral de Operações da PRF, Stênio Pires. Ele até ressaltou a realização de concurso para a contratação de mil policiais federais em 2013, mas, realista, acrescentou: "Não foi aumento considerável".
Inconcebível é que, em um Estado inchado, com 39 ministérios, setor essencial à vida careça de funcionários. É, portanto, questão que extrapola a competência dos órgãos responsáveis pela segurança nas estradas. Mas não só. Nota-se que o cidadão também poderia, por iniciativa própria, contribuir enormemente para a redução da tragédia do trânsito nacional. Bastaria dirigir com prudência e respeito à lei.
Fica óbvia, aqui, a ausência de outro ingrediente essencial: a educação. A formação dos motoristas brasileiros tem deixado a desejar. A consciência do perigo e a responsabilidade na direção não podem funcionar apenas mediante repressão. Nem a dor das famílias tem sido suficiente para motivar a paz no trânsito.
Vejam que, nos dias finais de 2013 e na virada do ano, o decréscimo de 16,4% no número de mortes nas rodovias federais, em comparação com igual período anterior, representou a preservação de 41 vidas. Além disso, os 650 acidentes a menos reduziram em 290 o número de feridos. Em suma, a PRF tem o caminho para uma viagem segura. Resta à sociedade como um todo fazer a escolha certa. A atual temporada de férias é boa hora para começar a agir.
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