ZERO HORA - 26/10
Em 2010, no Rio Grande, o argumento do “alinhamento das estrelas” saiu vitorioso. A tese defendia que um governador do mesmo partido da presidente da República traria grandes vantagens para o Estado. Esta era a promessa eleitoral. Acreditava-se que a dívida fiscal, que sufoca as contas públicas, seria renegociada e que o dia a dia dos gaúchos ficaria melhor.
A troca do indexador da dívida reduzirá o total devido, mas não terá nenhum impacto imediato na vida dos gaúchos. Explico: o RS tem menos de 1% de sua receita para investir, mas é obrigado a pagar 13% mensalmente para o pagamento da dívida. Fiz uma emenda e lutei para aumentar o parcelamento para 240 meses. Isto permitiria reduzir em média 3% do comprometimento mensal obrigatório. Estes recursos poderiam triplicar a capacidade de investimento do Estado, melhorando nossa saúde, segurança e infraestrutura. Aí sim, a renegociação da dívida se justificaria, porque traria mudanças positivas no presente e no futuro na vida das pessoas.
O curioso é que o governo Dilma já concedeu o proposto, de maneira semelhante, a inúmeras empresas, mas orientou a base aliada do governo a negar para os gaúchos. Por isso denuncio a farsa.
Outro fato importante é que, desde 2005, a Selic é muito mais barata do que o indexador de nossa dívida. No entanto, somente agora, para salvar a prefeitura petista em São Paulo, é que o governo resolve renegociar as dívidas.
Se o governo federal, há anos, tinha condições de renegociar, por que não o fez? Porque é seu interesse manter o garrote fiscal que asfixia governadores e prefeitos. É através do “abuso do poder econômico do governo federal” que o PT mantém seu projeto de poder centralizado. De todos os impostos arrecadados no país, 64% ficam com a União. O restante fica com os Estados (23%) e com os municípios (apenas 13%). Quanto maior for a dependência ao governo federal, maior será a submissão. É assim que se garante o humilhante “beija-mão”, tão ao gosto de Dilma.
Aqui no RS, a falta de compromisso com a saúde financeira é de tal sorte que, durante uma viagem a Paris, Tarso anunciou mais endividamento para o Estado. Para fazer o metrô de Porto Alegre, que deveria ser bancado totalmente com verba federal, ele endividará os gaúchos em mais R$ 1,07 bilhão. Não satisfeito em sequestrar R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais, Tarso endivida ainda mais os gaúchos e coloca em dificuldades os próximos cinco governadores.
Cuidado gauchada, a farsa das estrelas petistas compromete o presente e o futuro: quem viver verá!
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