FOLHA DE SP - 25/09
RIO DE JANEIRO - Os principais jogadores em atividade no futebol brasileiro soltaram um manifesto pedindo uma reunião com a CBF sobre o calendário das competições nacionais. Vão exigir que, a partir de 2014, ele se torne mais racional, e a preparação dos jogadores, mais adequada. Dois itens da pauta serão a quantidade de partidas e o inchaço de certos campeonatos.
Os 75 assinantes do manifesto --entre os quais Rogério Ceni (São Paulo), Juninho Pernambucano (Vasco), Juan (Internacional), Alex (Coritiba), Leo Moura (Flamengo), Alessandro (Corinthians), Zé Roberto (Grêmio), Jefferson (Botafogo), Dedé (Cruzeiro), Arouca (Santos) e Paulo Baier (Atlético Paranaense)-- são respeitáveis pela carreira, idade e postura profissional (daí, talvez, a ausência de alguns grandes nomes).
Não era sem tempo --nos anos de 1920, os jogadores argentinos e uruguaios já se organizavam para, se fosse o caso, partir para o protesto e a greve. No Brasil, tivemos um século de atraso nesse departamento, provocado pelo despreparo dos jogadores, o subprofissionalismo dos clubes e a modéstia dos nossos antigos calendários --até 1969 só havia competições regionais! Mas, diante da recente globalização do futebol, com sua política de lucros, era inevitável que, até entre os jogadores, surgisse um embrião de conscientização.
Embrião este que, se vicejar, atingirá a categoria mais egoísta e alienada do país. Não importa a cidade em que atuem, os jogadores brasileiros, em sua maioria, moram em bairros onde não se anda a pé; só se veem entre si; e seus interesses se limitam a carros, marias-chuteiras e o pagode que lhes entra pelos subprofissional Isso agora pode mudar.
Mas, atenção. O que pede o manifesto? Uma reunião com a CBF. Com José Maria Marin à cabeceira da mesa, vejo os jogadores como um bando de ovelhas a fim de negociar com um velhaco --o lobo.
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