O GLOBO - 27/07
Aumenta dia a dia a preocupação das empresas brasileiras com o crescente isolamento da Argentina, nosso principal parceiro no Mercosul. Restrições a importações impactam diretamente os exportadores brasileiros e empresas de grande porte, como a Vale, afastam-se do país enquanto companhias de longo histórico na Argentina, como a América Latina Logística, têm seus bens estatizados após considerarem inviáveis os investimentos exigidos pelo nosso vizinho. Na recente cúpula de Montevidéu, reafirmou-se a importância do Mercosul, mas nosso bloco comercial não será capaz de avançar de forma integrada, até que a Argentina resolva seu problema de isolamento do mundo.
Em 2001, quando a Argentina deixou de pagar sua dívida externa, os portadores de títulos que não foram contemplados pela reestruturação dessa dívida abriram processos no Tribunal de Nova York. Por questões políticas, a Argentina recusou-se a considerar um acordo, o que fez aumentar os desafios econômicos do país e agravar sua situação econômica geral. Os dólares na Argentina já são escassos e as reservas do Banco Central evaporam-se rapidamente, deixando obras importantes sem financiamento. A situação tende a piorar: analistas apontam como certa a derrota argentina na corte americana, cuja decisão deverá ser anunciada em breve; a expectativa é de que o Tribunal de Nova York exija que o país sul-americano pague US$ 1,3 bilhão para resolver os casos restantes. Mas o governo Kirchner já adiantou que não aceitará uma decisão adversa, optando assim por um novo calote.
A Argentina enfrenta há bastante tempo a desconfiança dos investidores. O cenário piorou muito a partir da expropriação da YPF e da subsequente recusa, por parte do governo argentino, a indenizar a então proprietária Repsol, da Espanha. Outras empresas estrangeiras ganharam decisões de arbitragem da ordem de milhões de dólares no tribunal do Banco Mundial, Ciadi, sobre contratos rompidos na crise de 2001; e a recusa argentina em cumprir tais decisões levou a uma cisão entre Banco Mundial e BID, com EUA, Canadá e os principais países europeus opondo-se a novos empréstimos para a Argentina. Um novo calote, além de desnecessário, criaria mais danos econômicos, aprofundando o isolamento do país no momento em que este precisa urgentemente mover-se na direção oposta, voltar para o mercado financeiro e ter acesso ao capital do qual necessita para estabilizar sua economia.
Tal situação tem implicações para todos os membros do Mercosul. A estabilização argentina é fundamental. A diplomacia nacional, em parceria com nossos setores industriais e empresariais, deve fazer o possível para convencer a Argentina a resolver a situação com seus credores e voltar para os mercados financeiros. A questão é urgente e sua discussão, fundamental para o futuro econômico do Brasil e do próprio Mercosul.
Em 2001, quando a Argentina deixou de pagar sua dívida externa, os portadores de títulos que não foram contemplados pela reestruturação dessa dívida abriram processos no Tribunal de Nova York. Por questões políticas, a Argentina recusou-se a considerar um acordo, o que fez aumentar os desafios econômicos do país e agravar sua situação econômica geral. Os dólares na Argentina já são escassos e as reservas do Banco Central evaporam-se rapidamente, deixando obras importantes sem financiamento. A situação tende a piorar: analistas apontam como certa a derrota argentina na corte americana, cuja decisão deverá ser anunciada em breve; a expectativa é de que o Tribunal de Nova York exija que o país sul-americano pague US$ 1,3 bilhão para resolver os casos restantes. Mas o governo Kirchner já adiantou que não aceitará uma decisão adversa, optando assim por um novo calote.
A Argentina enfrenta há bastante tempo a desconfiança dos investidores. O cenário piorou muito a partir da expropriação da YPF e da subsequente recusa, por parte do governo argentino, a indenizar a então proprietária Repsol, da Espanha. Outras empresas estrangeiras ganharam decisões de arbitragem da ordem de milhões de dólares no tribunal do Banco Mundial, Ciadi, sobre contratos rompidos na crise de 2001; e a recusa argentina em cumprir tais decisões levou a uma cisão entre Banco Mundial e BID, com EUA, Canadá e os principais países europeus opondo-se a novos empréstimos para a Argentina. Um novo calote, além de desnecessário, criaria mais danos econômicos, aprofundando o isolamento do país no momento em que este precisa urgentemente mover-se na direção oposta, voltar para o mercado financeiro e ter acesso ao capital do qual necessita para estabilizar sua economia.
Tal situação tem implicações para todos os membros do Mercosul. A estabilização argentina é fundamental. A diplomacia nacional, em parceria com nossos setores industriais e empresariais, deve fazer o possível para convencer a Argentina a resolver a situação com seus credores e voltar para os mercados financeiros. A questão é urgente e sua discussão, fundamental para o futuro econômico do Brasil e do próprio Mercosul.
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