CORREIO BRAZILIENSE - 30/05
Os petistas fizeram seus cálculos e descobriram que a tendência de apoio do PMDB aos seus candidatos é mínima
Desconfiados das reais intenções do PT em vários estados, os peemedebistas preparam carreira solo nos grandes colégios eleitorais do país. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul e por ai vai. Assim, o maior aliado do governo Dilma Rousseff começa a fechar uma espécie de "rota de fuga", para poder buscar outro caminho, caso algo dê errado logo ali na frente.
Embora os peemedebistas reclamem do PT, a verdade é que o mapa de prováveis alianças para 2014 indica que os petistas estão muito mais dispostos a apoiar o PMDB do que o inverso. Há boa vontade em apoiar um nome do PMDB em pelo menos seis estados: Pará, Rondônia, Alagoas, Sergipe, Amazonas e Amapá.
No caso desse último, entretanto, ainda depende do rumo que tomará o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, uma vez que o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, é do PSB e o vice é do PT. Eduardo Campos é visto hoje, entre os políticos, como a peça mais importante que falta para clarear o quadro dos estados, nessa corrida tão antecipada.
Enquanto isso, no PT...
Os petistas fizeram seus cálculos e descobriram que a tendência de apoio do PMDB aos seus candidatos é mínima. Existe, hoje, apenas no Piauí e no Distrito Federal, onde o vice de Agnelo Queiroz é o peemedebista Tadeu Filippelli. Em conversas reservadas, há quem diga que Filippelli poderia até lançar-se em uma candidatura alternativa, de forma a não ficar tão destoante da maior parte do partido, país afora. Mas a cúpula nacional do PMDB trata essa hipótese como "intriga sem fundamento", uma vez que a ordem em Brasília é repetir o desenho da aliança nacional.
Diante desse quadro de pouco apoio nos estados, o presidente do PT, Rui Falcão, tem dito aos peemedebistas que, se eles quiserem suporte no Rio de Janeiro, por exemplo, deveriam arrumar um jeito de ajudar a reeleição de Tarso Genro, no Rio Grande do Sul. O PMDB, todavia, tem candidato próprio lá.
Por falar em "intrigas"...
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, de Rondônia, faz questão de alertar que essa situação de candidaturas próprias do seu partido não representa riscos para o cenário nacional. Ele tem dito que o vice-presidente da República, Michel Temer, conseguiu construir um leque de apoios desses palanques à chapa Dilma-Michel. "Está melhor do que foi na última eleição", assegura.
O problema é que, entre as garantias do presidente em exercício do PMDB e o calor da campanha, a distância é grande. Essa estratégia peemedebista indica, para muitos políticos, a tal "rota de fuga" referida acima. O partido, aliás, sempre foi craque nessa construção. Sempre tem um pedaço enorme em uma banda e grupos menores que abrem trilhas para outras candidaturas.
Para completar, tem sempre uma terceira turma peemedebista disposta a criar fatos e situações que deixem qualquer governo dependente da boa vontade do partido. Vide o pedido de CPI da Petrobras, já referido aqui na coluna em outras oportunidades, e o elenco de matérias que o governo não quer nem ouvir falar - PEC 300 (dos policiais), fator previdenciário, orçamento impositivo e outras "coisinhas" mais.
E no PSB...
O jogo fica cada vez mais nebuloso. A última forma foi um freio na troca de partido por parte do vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto. Além de Carlos Lupi pedir a ele que não saísse do PDT, o PSB ainda pesa prós e contras dessa filiação. Tudo porque, à primeira vista, poderia parecer que Eduardo Campos desistiu de ter o PDT na sua chapa. Nem o governador pernambucano deseja mostrar suas cartas agora e nem os pedetistas estão interessados em fechar desde já. Como esse baile ainda está no começo, a ordem de cada um é valorizar o passe.
E tem mais!
O gingar das medidas provisórias no Congresso indicam que o governo passa agora a depender de "gambiarras", como a inclusão da medida provisória da energia elétrica em outras correlatas que tramitam na Casa. Afinal, não está descartado que outros textos terminem sem prazo para votação no Senado, como ocorreu com a MP que trata da redução dos valores da conta de luz. Sendo assim, ou Dilma acerta logo o passo na Câmara, ou a legislação brasileira ficará cada vez mais confusa, com leis misturando alhos e bugalhos. Essa, entretanto, é outra história.
Embora os peemedebistas reclamem do PT, a verdade é que o mapa de prováveis alianças para 2014 indica que os petistas estão muito mais dispostos a apoiar o PMDB do que o inverso. Há boa vontade em apoiar um nome do PMDB em pelo menos seis estados: Pará, Rondônia, Alagoas, Sergipe, Amazonas e Amapá.
No caso desse último, entretanto, ainda depende do rumo que tomará o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, uma vez que o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, é do PSB e o vice é do PT. Eduardo Campos é visto hoje, entre os políticos, como a peça mais importante que falta para clarear o quadro dos estados, nessa corrida tão antecipada.
Enquanto isso, no PT...
Os petistas fizeram seus cálculos e descobriram que a tendência de apoio do PMDB aos seus candidatos é mínima. Existe, hoje, apenas no Piauí e no Distrito Federal, onde o vice de Agnelo Queiroz é o peemedebista Tadeu Filippelli. Em conversas reservadas, há quem diga que Filippelli poderia até lançar-se em uma candidatura alternativa, de forma a não ficar tão destoante da maior parte do partido, país afora. Mas a cúpula nacional do PMDB trata essa hipótese como "intriga sem fundamento", uma vez que a ordem em Brasília é repetir o desenho da aliança nacional.
Diante desse quadro de pouco apoio nos estados, o presidente do PT, Rui Falcão, tem dito aos peemedebistas que, se eles quiserem suporte no Rio de Janeiro, por exemplo, deveriam arrumar um jeito de ajudar a reeleição de Tarso Genro, no Rio Grande do Sul. O PMDB, todavia, tem candidato próprio lá.
Por falar em "intrigas"...
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, de Rondônia, faz questão de alertar que essa situação de candidaturas próprias do seu partido não representa riscos para o cenário nacional. Ele tem dito que o vice-presidente da República, Michel Temer, conseguiu construir um leque de apoios desses palanques à chapa Dilma-Michel. "Está melhor do que foi na última eleição", assegura.
O problema é que, entre as garantias do presidente em exercício do PMDB e o calor da campanha, a distância é grande. Essa estratégia peemedebista indica, para muitos políticos, a tal "rota de fuga" referida acima. O partido, aliás, sempre foi craque nessa construção. Sempre tem um pedaço enorme em uma banda e grupos menores que abrem trilhas para outras candidaturas.
Para completar, tem sempre uma terceira turma peemedebista disposta a criar fatos e situações que deixem qualquer governo dependente da boa vontade do partido. Vide o pedido de CPI da Petrobras, já referido aqui na coluna em outras oportunidades, e o elenco de matérias que o governo não quer nem ouvir falar - PEC 300 (dos policiais), fator previdenciário, orçamento impositivo e outras "coisinhas" mais.
E no PSB...
O jogo fica cada vez mais nebuloso. A última forma foi um freio na troca de partido por parte do vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto. Além de Carlos Lupi pedir a ele que não saísse do PDT, o PSB ainda pesa prós e contras dessa filiação. Tudo porque, à primeira vista, poderia parecer que Eduardo Campos desistiu de ter o PDT na sua chapa. Nem o governador pernambucano deseja mostrar suas cartas agora e nem os pedetistas estão interessados em fechar desde já. Como esse baile ainda está no começo, a ordem de cada um é valorizar o passe.
E tem mais!
O gingar das medidas provisórias no Congresso indicam que o governo passa agora a depender de "gambiarras", como a inclusão da medida provisória da energia elétrica em outras correlatas que tramitam na Casa. Afinal, não está descartado que outros textos terminem sem prazo para votação no Senado, como ocorreu com a MP que trata da redução dos valores da conta de luz. Sendo assim, ou Dilma acerta logo o passo na Câmara, ou a legislação brasileira ficará cada vez mais confusa, com leis misturando alhos e bugalhos. Essa, entretanto, é outra história.
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