FOLHA DE SP - 18/04
SÃO PAULO - A melhor definição sobre José Maria Marin, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, foi dada muitos anos atrás pelo insuspeito Paulo Maluf. Segundo o ex-prefeito de São Paulo, Marin é seu "irmão siamês".
Ao longo de sua vida pública, na qual ocupou diversos cargos (vereador, deputado, vice-governador e governador de SP), o dirigente envolveu-se, assim como sua alma gêmea, em diversas histórias polêmicas.
Dirce Tutu Quadros, filha de Jânio, declarou em 1989, por exemplo, que Marin era uma inspiração para o capitalismo vigente no Brasil. "Nasceu pobre, mas tornou-se uma das maiores fortunas de São Paulo." Tutu o acusava, então, de ter desviado dinheiro da campanha do seu pai a prefeito quatro anos antes. "Ele é um batedor de carteiras", afirmou Tutu em uma entrevista, sem apresentar provas.
Em outra ocasião, Marin chegou a ser condenado pelo Tribunal de Contas de São Paulo por despesas irregulares com festas durante sua passagem de dez meses pelo governo paulista. Nas vésperas da Copa do Mundo de 1982, em apenas sete dias, Marin teria realizado 13 eventos, entre coquetéis, almoços e jantares para ao menos 1.380 pessoas.
A última polêmica foi revelada terça-feira em reportagem da Folha segundo a qual Marin pagou R$ 70 milhões por uma nova sede para a CBF, no Rio de Janeiro, que poderia ter custado R$ 39 milhões.
O dirigente anunciou o negócio no dia 27 de junho de 2012, mas só formalizou a compra do prédio em 31 de agosto, depois que intermediários inexplicavelmente foram incluídos na transação.
Pois esse político das antigas, irmão siamês de Maluf, que chora teatralmente para se defender e já foi flagrado pela televisão colocando no próprio bolso uma medalha destinada a um atleta, será o principal anfitrião da Copa do Mundo do Brasil, no ano que vem. Alguém duvida de que ele vai conseguir atingir seus objetivos na empreitada?
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