FOLHA DE SP - 01/03
BRASÍLIA - Dilma age para unir o PMDB e rachar o PSB. A diferença fundamental é que o PMDB, maior partido brasileiro, não tem alternativa senão se pendurar em Dilma, mas o PSB, de porte médio, tem um candidato potencial à Presidência.
Na mesma semana, Dilma recebeu o governador Cid Gomes (CE), adversário do pré-candidato Eduardo Campos no PSB, e prestigia duas vezes o PMDB: deu uma passadinha no jantar das estrelas peemedebistas, na quarta-feira, e vai até discursar na convenção nacional do partido, amanhã, ratificando que a vaga de vice é de Michel Temer e ninguém tasca.
Cid Gomes é aquele que leva a sogra para passar o Carnaval em Paris com dinheiro público, diz-se que está comprando um jatinho bilionário para o governo do Ceará (ou para chamar de seu) e acaba de pagar um cachê de R$ 650 mil para Ivete Sangalo na inauguração de um hospital que nem pronto para funcionar estava.
Apesar desses probleminhas, o governador e seu irmão, Ciro Gomes, são os artilheiros de Dilma para atacar a candidatura de Campos no PSB. Presidenciável de si mesmo, Ciro fez um "strike", ao acusar todos os adversários de Dilma -o tucano Aécio, a "sonhática" Marina e o próprio correligionário Campos- de não terem nenhuma proposta para o país.
Ato contínuo, Dilma -a única preservada no boliche descontrolado de Ciro- teve uma conversa promissora com Cid. Mais ou menos assim: Ciro joga álcool, Cid leva o fósforo e Dilma o acende. Eduardo Campos parece cada vez mais candidato, mas o PSB está em chamas.
Já no profissional PMDB, Temer, Sarney, Renan, Henrique Alves, ministros e governadores seguem o lema de que a união faz a força e sabem se defender.
Se Lula articulava substituir Temer por Campos na reeleição, não deve articular mais. Nem o PSB quis nem o PMDB cedeu. E Dilma precisa do PMDB, como o PMDB precisa de Dilma. Entre os dois, o menos perigoso é o PSB. Aliás, meio PSB.
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