FOLHA DE SP - 31/12
BRASÍLIA - Ainda existe quem estranhe quando Eduardo Paes afirma que prefere completar o segundo mandato na Prefeitura do Rio a buscar uma eleição algo garantida ao governo do Estado.
Afinal, reza o senso comum que os políticos devem aproveitar o embalo para galgar a escada de cargos eletivos. Tudo menos ficar sem mandato entre um degrau e outro.
Como, além disso, o PMDB não dispõe hoje de nome mais forte que o do prefeito para dar continuidade à administração de Sérgio Cabral, virar governador em 2014 seria o caminho natural para Paes.
Ocorre que as coisas estão mudando -e, pelo jeito, não só no Rio.
Uma nova safra de prefeitos toma posse amanhã inclinada a cumprir os quatro anos de mandato -se possível, engatando outros quatro. Parece ter percebido que pular de uma cadeira para outra não é necessariamente a melhor estratégia.
A asfixia orçamentária dos Estados ajudou a amadurecer esse diagnóstico. E está bem fresco o antiexemplo de José Serra, que se espatifou nas urnas depois de deixar dois mandatos incompletos -um deles no nascedouro- em São Paulo.
Mas esse viés defensivo não explica, sozinho, a guinada. Os prefeitos eleitos também notaram que têm pela frente uma grande oportunidade de fazer a diferença -se honrarem o compromisso de quatro anos assumido com o eleitorado.
Nada melhor para o currículo de Paes do que ficar marcado como o prefeito que comandou a reviravolta carioca e conduziu a cidade à grande festa da Olimpíada de 2016.
Guardadas as diferenças, é o mesmo desafio de Fernando Haddad (PT), Gustavo Fruet (PDT) e ACM Neto (DEM). Reduzir o deficit social e o caos de São Paulo, recolocar Curitiba na vanguarda urbanística, tornar Salvador um município à altura de sua riqueza cultural e histórica, um feito assim pavimentaria o futuro político de qualquer um.
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