Revista Veja
Popularidade não confere imunidade a ninguém em um regime aberto, democrático, que se organiza sob o domínio das leis. Pelo menos por essa razão, são inúteis as tentativas de criar uma blindagem em torno do ex-presidente Lula de modo a livrá-lo de dar satisfação à sociedade a respeito de fatos vindos à luz recentemente. São fatos que, por sua gravidade e origem na vizinhança de Lula, não vão simplesmente sumir no ar por mágica ou ser levados pelo riacho ao cabo de doses industriais de cinismo. A veracidade deles precisa ser verificada pelo Ministério Público. Aliás, no interesse direto do ex-presidente, uma vez que as investigações podem concluir por sua total inocência nos episódios. O que não se pode a esta altura é pôr uma pedra sobre os fatos antes mesmo que eles sejam apurados.
Lula está espremido entre dois escândalos.
O primeiro deriva da descoberta feita pela Polícia Federal de que uma pessoa de sua maior intimidade e confiança por quase duas décadas, Rosemary Nóvoa de Noronha, integrava uma quadrilha especializada em lesar os cofres públicos. Rosemary era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo e companhia de Lula nas viagens internacionais das quais sua mulher, Marisa Letícia, não participava, Essa combinação é explosiva em qualquer nação civilizada.
Simplesmente não é tolerável que se deixem passar sem apuração as atividades de uma senhora cuja força para corromper derivava de sua grande intimidade com o ex-presidente da República.
Que sorte de argumentos pode exonerar Lula de não se explicar nesse caso? Certamente não os que estão sendo alardeados por seus correligionários, todos calcados na tese de que ele foi um grande presidente e desfruta enorme popularidade entre o povo brasileiro. Ora, esse discurso serviria até para embasar sua tão sonhada candidatura ao Prêmio Nobel da Paz, mas, no âmbito da Justiça, é apenas um conjunto de palavras ao vento.
O segundo escândalo que cerca Lula é também potencialmente ruinoso. São verossímeis as acusações que lhe faz o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão e, durante muitos anos, fonte de recursos ilícitos para o partido e para a campanha eleitoral de Lula. Depois de condenado à prisão pelos favores financeiros ilícitos que fez ao PT, Marcos Valério prestou à Procuradoria-Geral da República um longo depoimento envolvendo o ex-presidente. A mais indelével dás acusações a Lula feitas por Valério é a de receber dinheiro do esquema do mensalão para custear despesas pessoais. Dinheiro deixa rastro. Não adianta dizer que é tudo mentira, como fez Lula na semana passada. A incriminação é direta, clara e grave demais para ser desprezada. Ela requer uma investigação.
Lula está espremido entre dois escândalos.
O primeiro deriva da descoberta feita pela Polícia Federal de que uma pessoa de sua maior intimidade e confiança por quase duas décadas, Rosemary Nóvoa de Noronha, integrava uma quadrilha especializada em lesar os cofres públicos. Rosemary era chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo e companhia de Lula nas viagens internacionais das quais sua mulher, Marisa Letícia, não participava, Essa combinação é explosiva em qualquer nação civilizada.
Simplesmente não é tolerável que se deixem passar sem apuração as atividades de uma senhora cuja força para corromper derivava de sua grande intimidade com o ex-presidente da República.
Que sorte de argumentos pode exonerar Lula de não se explicar nesse caso? Certamente não os que estão sendo alardeados por seus correligionários, todos calcados na tese de que ele foi um grande presidente e desfruta enorme popularidade entre o povo brasileiro. Ora, esse discurso serviria até para embasar sua tão sonhada candidatura ao Prêmio Nobel da Paz, mas, no âmbito da Justiça, é apenas um conjunto de palavras ao vento.
O segundo escândalo que cerca Lula é também potencialmente ruinoso. São verossímeis as acusações que lhe faz o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão e, durante muitos anos, fonte de recursos ilícitos para o partido e para a campanha eleitoral de Lula. Depois de condenado à prisão pelos favores financeiros ilícitos que fez ao PT, Marcos Valério prestou à Procuradoria-Geral da República um longo depoimento envolvendo o ex-presidente. A mais indelével dás acusações a Lula feitas por Valério é a de receber dinheiro do esquema do mensalão para custear despesas pessoais. Dinheiro deixa rastro. Não adianta dizer que é tudo mentira, como fez Lula na semana passada. A incriminação é direta, clara e grave demais para ser desprezada. Ela requer uma investigação.
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