FOLHA DE SP - 17/12
Rodada da ANP beneficiará os grandes, dizem entidades
Apesar de a 11ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estar agendada para o próximo ano, pequenos produtores de petróleo não estão satisfeitos.
A rodada beneficiará apenas as grandes empresas, diz Álvaro Teixeira, do IBP (instituto brasileiro de óleo e gás).
A entidade e a ABPIP ( associação dos produtores independentes) reuniram 12 associações vinculadas ao setor para enviar um documento à presidente Dilma Rousseff, a ministros e a autoridades do Legislativo.
Na carta, pedem a regulamentação da política para as pequenas e médias empresas.
"Essa política aguarda sanção presidencial", diz Alessandro Novaes, presidente da ABPIP. "Deveria ter sido publicada até abril de 2011."
Pequenos e médios produtores atuam em áreas terrestres, onde já há exploração de petróleo, que demandam menos tecnologia e recursos.
"Centenas de companhias poderiam estar investindo nessas áreas, desenvolvendo e interiorizando os recursos."
Hoje, menos de 20 empresas representam 1% da produção nacional. Nos EUA, 30 mil correspondem a 40% do total.
"Vemos extinção dos pequenos do setor em cinco anos, se nada for feito."
O setor de máquinas também se diz prejudicado pela demora na regulamentação da política. "Isso afeta toda uma cadeia", afirma o vice-presidente da Abimaq (de máquinas e equipamentos), José Velloso Dias Cardoso.
As compras de equipamentos para exploração de petróleo, afirma Cardoso, costumam ocorrer apenas cinco anos depois da licitação.
Ele lembra que o trabalho de exploração do combustível em terra não depende das regras de distribuição dos royalties e, por isso, a regulamentação já poderia ter sido feita.
A Abinee (da indústria elétrica e eletrônica) também assinou o documento. Paulo Sérgio Galvão, da entidade, diz que o atraso não tem atrapalhado o setor. "Mas é uma oportunidade de fornecimento que poderíamos ter."
"Vemos extinção dos pequenos do setor em cinco anos, se nada for feito"
ALESSANDRO NOVAES
presidente da ABPIP
"Isso [a demora na regulamentação da política] afeta toda uma cadeia"
JOSÉ VELLOSO DIAS CARDOSO
vice-presidente da Abimaq
NO VALE DO SILÍCIO LONDRINO
O consulado britânico em São Paulo vai lançar em janeiro o projeto Start-up Games Brazil, uma olimpíada para empresas inovadoras de cinco Estados brasileiros.
Duas start-ups de cada região que apresentarem os melhores planos de negócios serão levadas a Londres.
A primeira seleção será em janeiro. Algumas etapas e premiações ocorrerão até março e em maio as dez escolhidas vão concorrer com outras do mundo todo no Shoreditch Festival, na Tech City, onde farão workshops e encontrarão investidores. A Tech City fica no centro de Londres, uma área em que prédios antigos foram restaurados para abrigar empresas inovadoras.
"É o nosso Vale do Silício", diz John Doddrell, cônsul-geral britânico e diretor do UK Trade & Investment (UKTI) no país.
"Nossa ideia é estimular essas start-ups a se instalarem na Tech City. Lá podem compartilhar escritórios, o que facilita a troca de experiências, mas isso não será obrigatório", afirma.
O regulamento ainda está sendo elaborado, de acordo com Fabrício Mazzari, do UKTI Brazil.
EM SERVIÇO
No total, 883 empresas britânicas foram apoiadas pelo consulado em São Paulo no ano fiscal 2011-2012 -alta de 158% na comparação com o período anterior.
Outras 2.519 contrataram serviços dele. O número é 14% maior que o registrado nos 12 meses anteriores.
DECOLAGEM
A situação dos aeroportos preocupa os empresários brasileiros, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Para mais da metade deles, a reforma do sistema aeroportuário deve ser prioridade.
Entre as opções mais citadas aparecem também os portos, com aproximadamente 75%. A redução do custo de energia elétrica (73%), o transporte ferroviário (58%) e o licenciamento ambiental (53%) também ficaram entre os mais citados.
Transporte rodoviário (49%) e saneamento básico de água e esgoto (24%) são áreas menos lembradas entre as preocupações, de acordo com a pesquisa
O Brasil possui o pior sistema de infraestrutura de transporte aéreo dentre uma lista que compara 14 países com desenvolvimento semelhante ao brasileiro, segundo a CNI.
A má qualidade do sistema aeroportuário torna o Brasil o menos competitivo nesse quesito, atrás dos outros países dos Brics e também de alguns vizinhos como Argentina, Chile e outros, conforme a entidade.
Contrato vencido
O processo de licitação para contratar agências publicitárias é tema de "A Publicidade na Administração Pública", do administrador de empresas Oscar Luiz Kita. O livro conta casos de companhias em suas tentativas de vencer um edital público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário