Desta vez, não cabe atribuir armação à "imprensa golpista", nem responsabilizar o Supremo Tribunal Federal por um suposto julgamento político. A identificação do novo escândalo no coração do poder, envolvendo a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e o segundo nome da Advocacia Geral da União, partiu de uma investigação independente da Polícia Federal, sem pressões de qualquer natureza. Os indícios colhidos até agora remetem para as mesmas conclusões de episódios anteriores. Uma quadrilha, formada por ocupantes de altos postos no governo, vendia pareceres técnicos de agências reguladoras, para favorecer determinadas empresas, e oferecia os serviços de lobby nas mais diversas áreas, como se órgãos públicos tivessem sido privatizados por figurões da República.
O que impressiona também nesse caso é que os personagens transitavam com desenvoltura pelo poder, certamente por se considerarem privilegiados de apadrinhamentos políticos e por isso mesmo imunes a suspeitas e a investigações. José Weber Holanda Alves, da Advocacia da União, não só já desfrutava de um cargo importante como também, no dia 12 deste mês, havia sido nomeado para o conselho deliberativo do fundo que irá administrar a aposentadoria complementar dos funcionários públicos. Alves tinha, portanto, a confiança do governo, pois sua nomeação foi determinada por decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff.
A figura emblemática dessa história, no entanto, é mesmo a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Rosemary Novoa de Noronha convivia com a alta cúpula do Planalto desde 2003, quando assumiu como assessora especial da Presidência, no então governo Lula. Desde 2005, quando chegou à chefia do gabinete, manobrava nas agências reguladoras, com favorecimentos até ao próprio marido e a uma filha. Repete-se agora a mesma interrogação de outros escândalos brasilienses: como o advogado-geral-adjunto e a encarregada do escritório da presidente em São Paulo agiam há tanto tempo sem que nenhum mecanismo interno de controle tenha sido acionado? Pergunta-se, ainda, que atributos morais teriam os dois para ocupar funções tão importantes, se acabaram sendo flagrados em rapinagem.
Além da Operação Porto Seguro, a PF também investiga um esquema de lavagem de dinheiro, grampos telefônicos e obtenção ilegal de sigilo fiscal e bancários que já tem 180 vítimas, entre as quais um Senador, um ex-ministro, dois desembargadores, dois prefeitos, um banco e uma filial de emissora de televisão. A Operação Durkheim envolve 73 pessoas, das quais 33 já tiveram prisão preventiva decretada. Ao agir com independência política e com rigor, tanto para desbaratar malfeitorias da administração pública quanto para flagrar falcatruas privadas, a Polícia Federal cumpre o papel moralizador e pedagógico que a sociedade espera da instituição.
O que impressiona também nesse caso é que os personagens transitavam com desenvoltura pelo poder, certamente por se considerarem privilegiados de apadrinhamentos políticos e por isso mesmo imunes a suspeitas e a investigações. José Weber Holanda Alves, da Advocacia da União, não só já desfrutava de um cargo importante como também, no dia 12 deste mês, havia sido nomeado para o conselho deliberativo do fundo que irá administrar a aposentadoria complementar dos funcionários públicos. Alves tinha, portanto, a confiança do governo, pois sua nomeação foi determinada por decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff.
A figura emblemática dessa história, no entanto, é mesmo a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Rosemary Novoa de Noronha convivia com a alta cúpula do Planalto desde 2003, quando assumiu como assessora especial da Presidência, no então governo Lula. Desde 2005, quando chegou à chefia do gabinete, manobrava nas agências reguladoras, com favorecimentos até ao próprio marido e a uma filha. Repete-se agora a mesma interrogação de outros escândalos brasilienses: como o advogado-geral-adjunto e a encarregada do escritório da presidente em São Paulo agiam há tanto tempo sem que nenhum mecanismo interno de controle tenha sido acionado? Pergunta-se, ainda, que atributos morais teriam os dois para ocupar funções tão importantes, se acabaram sendo flagrados em rapinagem.
Além da Operação Porto Seguro, a PF também investiga um esquema de lavagem de dinheiro, grampos telefônicos e obtenção ilegal de sigilo fiscal e bancários que já tem 180 vítimas, entre as quais um Senador, um ex-ministro, dois desembargadores, dois prefeitos, um banco e uma filial de emissora de televisão. A Operação Durkheim envolve 73 pessoas, das quais 33 já tiveram prisão preventiva decretada. Ao agir com independência política e com rigor, tanto para desbaratar malfeitorias da administração pública quanto para flagrar falcatruas privadas, a Polícia Federal cumpre o papel moralizador e pedagógico que a sociedade espera da instituição.
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