SÃO PAULO - Colisão entre trens do metrô. Antes não tinha, agora tem. Com os episódios reiterados de problemas no sistema de transportes de São Paulo, o tema passou a ocupar lugar central no debate eleitoral na cidade. Como sempre, PT e PSDB trocam acusações, mas ambos têm uma parcela de responsabilidade pelo tal "apagão".
O termo, cunhado pelo petista Fernando Haddad -e que será martelado na propaganda televisiva pelas mãos de João Santana-, foi pensado para remeter ao racionamento de energia do governo do também tucano Fernando Henrique Cardoso. A ideia é mostrar que o PSDB não saberia prover infraestrutura quando a demanda (por energia, antes; por transporte público, agora) aumenta.
Em resposta, os tucanos lembram que Marta Suplicy (PT) não investiu "um centavo" em parcerias com o governo estadual para a ampliação da malha metroviária quando foi prefeita, e que o governo federal não contribui com recursos próprios para a expansão do metrô na cidade.
Os dois lados têm argumentos, mas, diante de panes, atrasos, aperto -e, agora, até risco de batida- nos trens metropolitanos, o prejuízo eleitoral mais imediato e a parcela maior de responsabilidade são do PSDB de José Serra e Geraldo Alckmin.
Não por acaso, o governador convocou auxiliares ontem para cobrar providências e dizer que não pode haver novos acidentes no setor de transportes nos próximos meses. O Palácio dos Bandeirantes acha que o desgaste das imagens de usuários saindo dos vagões de maca é inevitável, mas acredita que ele vá se dissipar se houver um longo período de funcionamento normal do sistema.
Para o usuário do meio de transporte teoricamente mais eficaz para uma metrópole como São Paulo, fica a dica do secretário Jurandir Fernandes: é melhor não viajar "distraído" no metrô, porque, para além da retórica, nenhum partido mostrou ainda qual é a solução técnica para ampliar a rede sem afetar a segurança.
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