“É um passo estupendo para democracia”
Ex-presidente Lula, sobre a instalação da Comissão da Verdade
DILMA PROIBIU BRIZOLA NETO DE ‘APARELHAR’ MINISTÉRIO
Quando convidou Brizola Neto para o cargo de ministro do Trabalho, a presidente Dilma, ex-PDT, foi gentil, mas direta: “Menino, você vai ter uma autonomia como nenhum outro ministro do meu governo”. De fato, autorizou-o a escolher a equipe, recomendou que honrasse a família (referindo-se a Leonel Brizola e a João Goulart) e ordenou que o ministro resista à pressão dos políticos para “aparelhar” o ministério.
DONO DA BOLA
Dilma deixou claro ao jovem ministro do Trabalho: ele terá autonomia total, mas será o único responsável pelo próprio desempenho.
FALTAM EXPLICAÇÕES
O senador Pedro Taques (PDT-MT) quer ver na CPI do Cachoeira os governadores do DF, Goiás, Rio, Tocantins e Mato Grosso.
DEM É SERRA
O DEM oficializa hoje seu apoio à candidatura de José Serra (PSDB), como esta coluna antecipou. Às 12h, Clube Homs, na Av. Paulista.
NEM PENSAR
O líder do PMDB, Renan Calheiros, negou qualquer possibilidade de o senador Demóstenes Torres (GO) se filiar ao partido: “Não faz sentido”.
PPS INTERVÉM NO DF, MAS POUPA DIRETÓRIO GOIANO
A direção nacional do PPS decretou intervenção em seu diretório do DF, por sua recusa de abandonar a base de apoio ao governo petista de Agnelo Queiroz. A direção nacional alegou que Agnelo é suspeito de envolvimento com o esquema do bicheiro Carlos Cachoeira. Mas não explicou por que não fez a mesma exigência do PPS de Goiás, que apoia o governador Marconi Perillo (PSDB), também está sob suspeita.
INSPIRAÇÃO
A intervenção no DF atende à expectativa do tucano José Serra, a quem é ligado o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire.
MESMO CASO
O PPS goiano comanda a Secretaria de Cultura do governo Perillo. No DF, o partido ocupa a Secretaria de Justiça, chefiada por Alírio Neto.
‘NÃO HÁ PROVAS’
O deputado Silvio Costa (PTB-PE) deixou claro que apoia o governo, admira Lula, mas não vê motivo para Marconi Perillo depor na CPI.
INCIDENTE DIPLOMÁTICO
O serpentário do Itamaraty registra a suspensão das relações bilaterais entre o chanceler Antonio Patriota e o antecessor Celso Amorim, atual ministro da Defesa, que andou tentando ensinar Pai Nosso a vigário.
ATENTADO
O ex-delegado do Dops-ES Cláudio Guerra garante haver sofrido uma tentativa de assassinato sete horas antes da instalação da Comissão da Verdade. Ele é autor do livro Memórias de uma guerra suja.
TUDO OU NADA
Apesar da movimentação de Demóstenes Torres para evitar cassação e obter pena mais branda, como suspensão de mandato, senadores do Conselho de Ética garantem: “o clima é de tudo ou nada”.
NÃO MERECE
O presidente da Câmara, Marco Maia (RS), recebeu o título de cidadão de Natal (RN), sabe-se lá por que, mas nem se dignou a aprender como se diz. Em discurso, declarou-se “cidadão natalino”. É natalense.
LOTECA GEAP
Após encherem a Geap de diretores petistas inexperientes a R$ 42 mil ao mês e chefias e superintendentes faturando de R$ 15 a R$ 25 mil, os conselheiros desse fundo de seguridade do servidor federal querem todos dispensados. Os demitidos receberão um ano de vencimentos.
REMOVENDO O SOFÁ
Líderes partidários acusam assessora do presidente da Câmara do DF, deputado Patrício (PT), de vazar notícias sobre seus privilégios. Estes serão mantidos, mas Patrício prometeu-lhes demitir a assessora.
SEM RESISTÊNCIA
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) não vê resistência dos militares à Comissão da Verdade, que investigará violação dos direitos humanos na ditadura: “A maioria nem sequer participou desse período”.
PROIBIDO PROIBIR
Ex-ministro da Justiça (governo Sarney) Fernando Lyra defende a Comissão da Verdade contra o obscurantismo da ditadura: “Quando assumi, o ministério tinha mais de sessenta placas de proibir”.
CARA & CARAS
Com a Europa “derretendo”, o cara que chamou aquele outro de “o cara” mostra que na hora do aperto, os caras correm para aquela nota que tem a cara de Benjamin Fran-
klin.
PODER SEM PUDOR
TORTURA E SACRIFÍCIO
Jânio Quadros era governador e vivia às turras com o jornal O Estado de S. Paulo, cuja independência não tolerava, nem as insinuações sobre seu apego aos copos. Após intensa negociação, da qual participaram políticos como José Sarney, Jânio fez uma visita ao dono do jornal, Júlio de Mesquita Neto, que logo ofereceu ótimas opções de uísque. Jânio soltou uma lorota:
– Doutor Júlio, eu não bebo! Só aprecio leite!
O anfitrião pediu licença, foi à cozinha, arranjou uma enorme caneca, usada para beber chope, e a encheu de leite. Enquanto durou a visita, Jânio não largou o canecão. Disciplinadamente, bebeu tudo. Um litro de leite.
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