quarta-feira, maio 30, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


FOLHA DE SP - 30/05


Eletrobras federaliza empresas que acumulam prejuízos bilionários
Depois de federalizar seis distribuidoras de energia estaduais que, deficitárias, não despertaram interesse na privatização dos anos 1990, a Eletrobras deu início a uma segunda bateria de aquisições.

A mais recente foi a goiana Celg-D, que tinha dívidas de R$ 6,2 bilhões. A Eletrobras assumiu em abril 51% da empresa e se comprometeu a investir R$ 1 bilhão na operação nos próximos cinco anos.

A estatal está analisando ainda assumir o controle da Cea, do Amapá, com dívidas de cerca de R$ 1 bilhão. Há pelo menos outras dez distribuidoras no país, estaduais e privadas, em situação parecida.

A federalização ocorre 15 anos depois de a estatal dar início à compra de seis distribuidoras estaduais das regiões Norte e Nordeste.

Até 2008, a Eletrobras detinha o controle sem participar da gestão das companhias, que se manteve estadual. Há quatro anos, porém, a empresa iniciou um "choque de gestão".

"Estamos fazendo um grande esforço nessas empresas. Padronizamos as compras de equipamento. Nosso objetivo é reverter os prejuízos até 2014", diz o presidente da Eletrobras, José Carvalho da Costa Neto.

O esforço, porém, ainda não foi suficiente para deixar as empresas no azul. A área acumulou prejuízo líquido de R$ 931 milhões em 2011.

O ranking de qualidade da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostra que as federalizadas entregam um serviço ruim. A mais bem posicionada é a Ceron (RO), na vigésima quinta posição de um total de 33 empresas.

SALVAMENTO DE DEFICITÁRIAS
A aquisição de empresas deficitárias pela Eletrobras não é bem vista por alguns analistas de mercado.

"O problema é que, por muito tempo, a Eletrobras manteve a estrutura dessas empresas com todos seus vícios antigos, como fisiologismo e ingerência política", afirma Ricardo Correa, analista da corretora Ativa.

"Não faz sentido federalizar novas empresas se as antigas ainda sofrem para sair do buraco", acrescenta.

Para o ex-presidente da Eletrobras e diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, não é o papel da empresa -principalmente sendo ela de capital aberto na Bolsa de São Paulo- "salvar" distribuidoras deficitárias.

Ele defende a criação de uma nova estatal para gerenciar somente as companhias federalizadas.

Ficariam sob a administração dessa estatal as distribuidoras estaduais que começaram a ser adquiridas 15 anos atrás -Ceam (AM), Ceal (AL), Cepisa (PI), Ceron (RO), Boa Vista Energia (RO) e Eletro Acre (AC).

"A Eletrobras não é Ministério de Minas e Energia.

Se houvesse uma estatal somente para isso, a gestão ficaria mais transparente", afirma Rosa.

"Do jeito que está, as perdas são diluídas no balanço da empresa, que vai bem no setor de geração de energia."

Títulos... O estoque de ativos e títulos na Cetip ultrapassou a marca de R$ 4 trilhões na semana passada. O valor tem crescido R$ 70 bilhões por mês. "Devido à captação de recursos, esse ritmo vai se manter ou até mesmo crescer nos próximos meses", diz o diretor da entidade, Carlos Ratto.

...e ativos A marca, próxima ao PIB brasileiro no fim de 2011, foi alcançada principalmente devido à alta de letras financeiras. Nos últimos 12 meses, o valor de letras financeiras mais do que dobrou. "Por ser um título com rentabilidade superior à do CDB, atrai investidores institucionais."

Empresa investe R$ 317 milhões em shopping em Jundiaí
A Multiplan vai entregar hoje as chaves para os lojistas do JundiaíShopping.

O investimento total é de R$ 317 milhões, de acordo com Marcello Barnes, vice-presidente de desenvolvimento da companhia.

No futuro, a empresa pretende fazer uma expansão e lançar duas torres comerciais com recurso adicional.

Do total investido na fase atual, cerca de R$ 8 milhões foram injetados em melhorias na cidade, como alargamento e duplicação de via, com iluminação, paisagismo, asfaltamento e rotatórias, além de uma unidade básica de saúde em terreno doado pela prefeitura, segundo o executivo.

Adicionalmente aos recursos da Multiplan, até o dia 3 de outubro, quando o shopping será inaugurado, serão feitos investimentos pelos lojistas em suas próprias obras. "Isso pode ficar entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões", afirma Barnes.

O empreendimento terá 212 lojas, sendo 18 delas inéditas no município.

O de Jundiaí será o sétimo shopping center da Multiplan no Estado de São Paulo.

VAGAS EM EXCESSO
O Brasil é o segundo país onde há maior dificuldade para preenchimento de vagas de trabalho, de acordo com a consultoria de recursos humanos Manpower.

Entre os empresários brasileiros, 71% reclamaram desse problema neste ano.

Apenas no Japão a dificuldade é maior, o que gera crítica de 81% do empresariado. A média global é de 34%.

Em 2011, 57% dos empresários brasileiros estavam insatisfeitos com a dificuldade de contratação.

Foram entrevistados cerca de 38 mil empregadores.

J&F O empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS e presidente da holding J&F, que assumiu há três semanas o controle da empreiteira Delta, participou ontem de almoço com Vikram Pandit, CEO mundial do Citigroup. Pandit está no país para a comemoração dos 200 anos do banco americano.

Inovação paulista A Fiesp, o Ciesp, o Senai e a USP anunciam amanhã parceria para incentivar a inovação nas empresas de São Paulo. Com o apoio de funcionários das quatro entidades, o acordo prevê a criação de núcleos de desenvolvimento de novos projetos nas mais de 600 companhias envolvidas.

Social... Para festejar seus 40 anos, o Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados decidiu não fazer festa e continuar a investir em projetos sociais. O escritório inaugura, no dia 10 de junho, uma parceria com a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado.

...sem festa O programa em desenvolvimento se estenderá por todo o ano, com ações estudadas para serem contínuas e renováveis. O escritório tem desde o início de 2012 uma nova sócia-administradora, a advogada Raquel Novais, do departamento tributário.

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