Operadoras enfrentam impasse com prefeituras
As operadoras de telecomunicações estão entre a cruz e a espada.
De um lado, está o governo federal, que estabelece regras para o leilão de 4G, divulgadas na sexta-feira.
Para atendê-las, as empresas terão de triplicar o número de antenas até 2014.
Do outro lado, está a Prefeitura de São Paulo, que entrou na Justiça para impedir a construção de novas torres e exigir a regularização de antenas instaladas em locais considerados inadequados.
Além do desrespeito à ocupação do solo, a proliferação das antenas pode gerar riscos à saúde da população, alega a prefeitura.
A capital tem ao menos 2.677 antenas das operadoras Vivo, Claro e Oi. Cerca de 75% delas são consideradas irregulares pela prefeitura.
A restrição às operadoras não se limita à cidade de São Paulo. Mais de 200 prefeituras aprovaram leis que preveem restrições às torres nos últimos dez anos.
A Claro teve uma sentença desfavorável na semana passada, e outras operadoras sabem que estão na mira.
A Justiça paulista congelou na semana passada a instalação de antenas de telefonia celular da Claro em São Paulo. A decisão decorre de uma antecipação de tutela de ação movida pela prefeitura.
O julgamento ainda não tem data. Se a decisão favorecer a prefeitura, a Claro terá de regularizar suas antenas consideradas ilegais.
O município também move ações semelhantes contra a Vivo, a Oi e a Tim.
FALTA MARX
"Precisava baixar juros. Reduzir taxa de juros sempre foi aspiração de todos. Tem de ir com jeito. Não pode encurralar o sistema financeiro", alertou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao comentar a pressão do governo para que bancos privados ampliem o corte de taxas.
FHC, que teve encontros com investidores e autoridades no Oriente Médio a convite do Itaú Unibanco, exemplificou com derivativos.
"Não chegaram a fazer nada de mais duro com os derivativos. Mesmo sabendo que eles estavam entre as causas da crise porque ficaram com medo", disse, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, na semana passada.
"Os bancos se ajustaram. Tem de olhar com calma. Terá efeito na inflação?" Para o ex-presidente, não pode "fazer tudo de uma vez".
"Se está avançando, deixa que vá. Não fica empurrando, nem interrompendo à toa", diz.
Reduzir taxas de administração pode ser que mate a "galinha dos ovos de ouro", o capital financeiro, diz FHC.
"Não pode cercear demais. Eles [o governo] custam a entender o papel da finança porque não leram Marx. Se tivessem lido, entenderiam. Pensam que é capital não produtivo. Mas é o coração do sistema. Não pode fazer uma operação cardíaca a frio."
POUPANÇA
"O mais difícil é o que fazer na poupança. Tem de mexer, mas precisa de força política e visão pois é delicado. Pode perder a confiança da população."
DAQUI PARA FRENTE
A Renner deve manter o mesmo ritmo de inauguração de lojas neste ano.
A previsão da companhia é abrir 30 novos pontos da rede de lojas de vestuário e seis da Camicado. Em 2011, foram 30 unidades Renner e duas da Camicado.
Para José Galló, presidente da Renner, a companhia teve nos primeiros meses de 2012 um bom desempenho nas vendas, em comparação com o setor, que sofreu uma desaceleração.
A empresa afirma esperar uma melhora de cenário no segundo semestre.
Galló acrescenta, porém, que, "daqui para a frente, tudo vai ser diferente".
A classe C já se acomodou no mercado. "O ticket médio subiu, o crédito já é 45% do PIB", lembra o executivo.
A inadimplência está sob controle, segundo o presidente da empresa. "O brasileiro é cauteloso", diz.
No primeiro trimestre deste ano, houve queda da inadimplência para o mínimo histórico.
FINANCIAMENTO sem alíquota
Cerca de um mês após o Banco Central estender a cobrança de 6% de IOF para empréstimos no exterior, três bancos conseguiram realizar operações de financiamento à exportação sem o pagamento da alíquota.
Foram utilizadas cédulas de crédito à exportação, uma "ferramenta" criada por legislação nos anos 1970.
Com elas, o empréstimo foi realizado no Brasil.
O valor, no entanto, foi negociado em dólares.
"Não foi muito inovador, buscamos um instrumento que era pouco utilizado. Esses títulos permitem a dolarização", afirma Eduardo Lima, sócio do Tauil & Chequer Advogados, escritório que assessorou os bancos.
A operação foi desenvolvida para um exportador de açúcar e álcool.
No porto A Santos Brasil fechou contrato de cinco anos com a multinacional Schaeffler, de produção de componentes automotivos, industriais e aeroespaciais, com fábrica em Sorocaba (SP), que abastece o mercado nacional e exporta parte da produção.Reação No setor de químicos de uso industrial, a produção subiu 11,6% e a venda interna, 12,7% no primeiro trimestre ante igual período de 2011, segundo a Abiquim.cristina.frias@uol.com.br
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