Dilma faz discurso contra bancos privados em meio a estatizações barulhentas em países vizinhos
PRIMEIRO DE MAIO é dia de Evo Morales anunciar estatização, como já o fizera com o gás, geradoras de energia elétrica etc. Ontem, foi dia da estatização de uma empresa de transmissão de eletricidade.
Mesmo no Brasil quase ninguém dá a mínima para a Bolívia, afora a Petrobras, que já teve prejuízo por lá, e empreiteiras. Mas neste 1º de Maio Evo Morales fez mais barulho, pois sua estatização pegou carona na da colega Cristina Kirchner, que faz duas semanas anunciou o confisco da petroleira YPF.
Mais interessante, também por ocasião do 1º de Maio, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso em rede nacional malhando os bancos privados.
Não, por favor, não se trata de identificar uma "tendência" sul-americana, mas talvez uma impropriedade de marketing, talvez até inadvertida, do governo de Dilma.
A presidente esteve em rede nacional a dizer que a banca deve lucrar menos, que deve transferir parte de seus ganhos para os clientes, baixando juros e taxas. Certa ou errada, Dilma soou como um eco distante da vizinhança tumultuada.
Dilma é de fato mais intervencionista. Gosta de estatais, interfere pesadamente no câmbio, seu Banco Central é tido quase como heterodoxo, quase tabela preços de combustíveis e seu governo vive um frenesi de medidas de estímulo econômico.
Dilma, mais do que Lula, aumentou a interferência do governo na Petrobras. Usa a empresa como instrumento de regulação do preço da gasolina e do álcool, tabelando seus preços e impondo importações prejudiciais à empresa, que lucra menos. Dilma estatizou as metas de lucro da Petrobras, de certo modo.
Tudo isso é ninharia perto do que fazem Cristina Kirchner na Argentina e Evo Morales na Bolívia, para nem mencionar Hugo Chávez na Venezuela. Além do mais, as instituições brasileiras são muito mais firmes, funcionais e funcionantes.
Por fim, o poder & o dinheiro mundiais ainda estão de amores com o Brasil, posto na turma bem comportada do continente, ao lado do Chile e da Colômbia.
Note-se de passagem que até a organizada e relativamente liberal Austrália toma medidas a fim de capturar parte do lucro das empresas de recursos naturais (como o fazem de modo destrambelhado argentinos, bolivianos e venezuelanos). Mas a Austrália não cai na boca do povo.
Em março, passou no Congresso deles um imposto extra de 30% do lucro das mineradoras de ferro e carvão, além de um imposto sobre emissões de carbono. Parte da receita vai bancar a redução dos tributos para outras empresas.
Mas o governo quer ainda aumentar a contribuição patronal para as aposentadorias.
O governo trabalhista diz que a alta do preço dos recursos naturais supervalorizou o dólar australiano, o que derruba negócios outros que não os de exportação de minérios e carvão.
Os empresários, mineradores em particular, dizem o de sempre: o imposto é confuso, difícil de calcular e vai encarecer o produto australiano, exportando empregos.
Parece a nossa conversa por aqui. Não causa muita sensação. A Austrália, além de rica, arrumada, de falar inglês e de grande aliada dos EUA, não é vizinha da Bolívia ou da Argentina.
PRIMEIRO DE MAIO é dia de Evo Morales anunciar estatização, como já o fizera com o gás, geradoras de energia elétrica etc. Ontem, foi dia da estatização de uma empresa de transmissão de eletricidade.
Mesmo no Brasil quase ninguém dá a mínima para a Bolívia, afora a Petrobras, que já teve prejuízo por lá, e empreiteiras. Mas neste 1º de Maio Evo Morales fez mais barulho, pois sua estatização pegou carona na da colega Cristina Kirchner, que faz duas semanas anunciou o confisco da petroleira YPF.
Mais interessante, também por ocasião do 1º de Maio, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso em rede nacional malhando os bancos privados.
Não, por favor, não se trata de identificar uma "tendência" sul-americana, mas talvez uma impropriedade de marketing, talvez até inadvertida, do governo de Dilma.
A presidente esteve em rede nacional a dizer que a banca deve lucrar menos, que deve transferir parte de seus ganhos para os clientes, baixando juros e taxas. Certa ou errada, Dilma soou como um eco distante da vizinhança tumultuada.
Dilma é de fato mais intervencionista. Gosta de estatais, interfere pesadamente no câmbio, seu Banco Central é tido quase como heterodoxo, quase tabela preços de combustíveis e seu governo vive um frenesi de medidas de estímulo econômico.
Dilma, mais do que Lula, aumentou a interferência do governo na Petrobras. Usa a empresa como instrumento de regulação do preço da gasolina e do álcool, tabelando seus preços e impondo importações prejudiciais à empresa, que lucra menos. Dilma estatizou as metas de lucro da Petrobras, de certo modo.
Tudo isso é ninharia perto do que fazem Cristina Kirchner na Argentina e Evo Morales na Bolívia, para nem mencionar Hugo Chávez na Venezuela. Além do mais, as instituições brasileiras são muito mais firmes, funcionais e funcionantes.
Por fim, o poder & o dinheiro mundiais ainda estão de amores com o Brasil, posto na turma bem comportada do continente, ao lado do Chile e da Colômbia.
Note-se de passagem que até a organizada e relativamente liberal Austrália toma medidas a fim de capturar parte do lucro das empresas de recursos naturais (como o fazem de modo destrambelhado argentinos, bolivianos e venezuelanos). Mas a Austrália não cai na boca do povo.
Em março, passou no Congresso deles um imposto extra de 30% do lucro das mineradoras de ferro e carvão, além de um imposto sobre emissões de carbono. Parte da receita vai bancar a redução dos tributos para outras empresas.
Mas o governo quer ainda aumentar a contribuição patronal para as aposentadorias.
O governo trabalhista diz que a alta do preço dos recursos naturais supervalorizou o dólar australiano, o que derruba negócios outros que não os de exportação de minérios e carvão.
Os empresários, mineradores em particular, dizem o de sempre: o imposto é confuso, difícil de calcular e vai encarecer o produto australiano, exportando empregos.
Parece a nossa conversa por aqui. Não causa muita sensação. A Austrália, além de rica, arrumada, de falar inglês e de grande aliada dos EUA, não é vizinha da Bolívia ou da Argentina.
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