O GLOBO - 17/03/12
Ao justificar a mudança na liderança do governo para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a presidente Dilma disse que o grupo do ex-presidente está ficando em minoria, e que ela queria garantir que “alguém seu” continuasse na presidência da Casa. Para o líder do PMDB, Renan Calheiros, ela argumentou que onoticiário negativo voltaria se ele insistisse em comandar de novo o Senado e o aconselhou: “Você deve ser candidato ao governo de Alagoas, e eu vou te apoiar”.
Mais detalhes da trapalhada
Quando Ivo Correa, da Casa Civil, na quarta-feira, disse aos líderes que o governo era contra a venda de bebida alcoólica nos estádios durante a Copa, o líder Henrique Alves (PMDB-RN) ligou para o ministro Aldo Rebelo (Esporte), que reagiu com surpresa: “Não é possível, falei ontem com a ministra Ideli”. Diante disso, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ligou para a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e, à medida que ela falava, ele repetia, em voz alta: “Não há nenhum compromisso”; “Para o governo é indiferente”; e, “O Congresso decide como quiser”. Chinaglia desligou o telefone e arrematou: “Além disso, os ministérios da Justiça e da Saúde são contra liberar a bebida”.
Eu não inventei isso. Eu não tirei da minha cabeça. Coloquei porque o governo pediu” — Vicente Cândido, gritou, apoplético, o relator (PT-SP) da Lei da Copa, na confusa reunião sobre a venda de bebidas.
RASGA CORAÇÃO. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), reage com ironia às críticas do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Aloysio disse que cabia aos paulistanos decidir a chapa para a prefeitura. Guerra rebate: “As negociações serão conduzidas pelo Diretório Municipal. Não há motivos para que o senador fique nervoso”. A ironia: Aloysio não integra o Diretório Municipal e zonais de São Paulo, capital. Seu domicílio eleitoral é São José do Rio Preto (SP).
Insubordinação
Como a presidente Dilma proibiu as comemorações oficiais de 31 de março, o Clube Militar antecipou a festa para dia 29. Os militares da reserva farão um painel sobre “A Revolução de Março de 1964”. O convite exige traje esporte fino.
O interlocutor
No almoço com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que virá mais ao Brasil para tratar da Copa. E que pretende se encontrar com a presidente Dilma sempre que ela for à Europa.
Colocando os pingos nos is
Integrante da CPI do PC Farias, que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) reage às comparações daquela crise com a situação da presidente Dilma e sua base parlamentar. Possesso, Miro afirma: “O Collor não pode reescrever a História. A presidente Dilma não rouba nem deixa roubar. Ele foi afastado da Presidência porque tinha uma quadrilha agindo no seu governo”.
Empurrão
Depois da intervenção da presidente Dilma, a Andrade Gutierrez, o Internacional e o governo gaúcho assinam terça- feira o contrato para a reforma do estádio do Beira-Rio para a Copa. O clube e a empresa vão assumir eventuais riscos.
Pé quente
Há fila para assessorar o novo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Trabalharam com ele: Dias Toffoli, ministro do STF; Carlos Eduardo Esteves, chefe da Casa Civil na gestão Lula; Jean Uema, consultor da pasta da Saúde.
REVERÊNCIA. Para chegar ao gabinete da presidente Dilma, para a reunião com a Fifa sobra a Copa de 2014, Pelé teve de dar mais de uma centena de autógrafos para funcionários do Palácio do Planalto.
BOLATUR. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, estimulou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a criar uma missão oficial de deputados para ir à Suíça, visitar a sede da entidade.
CPI DO CACHOEIRA. O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) quer coletar 300 assinaturas antes de requerer a CPI dos bingos e dos caça-níqueis.
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