REVISTA VEJA
É uma história cheia de ingredientes picantes que mistura sexo e poder, atinge seu ápice no fim do governo Lula e invade a campanha da presidente Dilma Rousseff. Christiane foi exonerada do governo de transição de Lula para Dilma em novembro de 2010, quando se descobriu que ela era ré em duas ações por improbidade na Justiça de Alagoas, no bojo de um processo que investigava desvio de verbas na Saúde, escândalo que ficou popularmente conhecido como máfia dos sanguessugas.
As revelações feitas pela advogada às autoridades mostram as artimanhas que os mafiosos que se abastecem de dinheiro público usam para influir em decisões nos altos escalões da República, obter favores e até indicar criminosos para cargos de confiança. É um retrato íntimo da "Brasilha da Fantasia", terra encantada que se rege pela ética torta de que ser pego com a boca na botija em um escândalo de corrupção só é pecado se as forças políticas dominantes acharem que lhes convém punir o desviante. Como explicar a influência de Christiane no mundo oficial? Entre outras razões, não se podem ignorar seus encantos femininos. Essa atração primeva da mítica Eva, da histórica Cleópatra, da espiã Mata Hari ou da cortesã Christine Keeler que atinge o ponto fraco de homens fortes. Nos depoimentos de Christiane fica evidente o clássico padrão do uso da sedução em troca de favores e atos administrativos de interesse da quadrilha de corruptos para a qual ela trabalhava. Em respeito aos leitores e à privacidade dos envolvidos e de suas famílias, a reportagem de VEJA não entra em detalhes de alcova dos episódios narrados pela advogada. Já há imoralidade suficiente nos resultados da ofensiva de charme de Christiane sobre os poderosos de Brasília.
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