BRASÍLIA - O confronto entre PM e moradores, ontem no Vale do Paraíba, desafia a atitude algo acomodatícia do PT em relação ao governo Alckmin -e outros adversários.
Se virou lugar-comum dizer que os tucanos, acuados pela popularidade de Lula e Dilma, desistiram do embate político, é fato que, onde poderia ou deveria fazer oposição, o PT anda pouco belicoso também.
Cálculo e cautela imperam no partido que se formou na estridência. A prioridade é o "projeto nacional": preservar ou ampliar a coalizão que "dá governabilidade" a Dilma, replicando-a onde possível.
Assim, por ordem expressa de Lula, a legenda discute aliança com Gilberto Kassab (PSD), depois de anos de recriminações à gestão "higienista" do prefeito de São Paulo.
Assim, no Estado, o PT passou a modular as críticas ao governador, tão paparicado pela presidente. Interessa não fechar as portas ao voto Dilmalckmin daqui a dois anos?
Logo após o vexame na eleição de 2010 em Minas, a sigla prometeu buscar a Prefeitura de Belo Horizonte. Agora, fala em renovar o pacto de não-agressão com o PSDB.
Em Alagoas, grampos da polícia indicam que tucanos desviaram dinheiro público para quitar despesas eleitorais. Mesmo assim, nada de o petismo se mexer para destituir o governador Teotonio Vilela Filho.
Tome-se o caso do Rio. Não existe no país quem privatize tantos serviços públicos quanto o PMDB local. O PT não só se cala. Para não melindrar o parceiro nacional, cometerá o gesto inédito de abdicar da eleição à prefeitura da capital.
Isso sem falar da famosa intervenção no diretório maranhense, a fim de proteger a família Sarney.
Os recuos são, claro, táticos. Aqui e ali o PT ainda bate firme. A campanha municipal acirrará ânimos e delimitará campos. Mas tudo no partido está hoje programado para esfriar o noticiário. O problema é que notícia não se programa.
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