Orlando fica
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 22/10/11
A conversa entre Temer e Orlando
O vice Michel Temer conversou, por telefone, com o ministro Orlando Silva (Esporte) na quinta-feira. O vice foi solidário, mas ponderou: "O Wagner Rossi (ex-Agricultura) tinha convicção de lutar, mas, quando a mídia começou a falar da mulher e dos filhos, ele não aguentou e pediu para sair. O Pedro Novais (ex-Turismo) tinha a mesma disposição, mas, quando a mídia falou de sua mulher, ele decidiu sair." Depois de ouvi-lo, o ministro rebateu: "Mas comigo, não. Vou lutar até o fim". Orlando tem o apoio de seu partido, o PCdoB, para se manter no cargo, e, no caso de sua demissão, quem deve assumir esse ônus é a presidente Dilma.
AS RAZÕES. Fala Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência): "O ministro Orlando Silva (na foto) demonstrou que a acusação central (receber dinheiro) não se sustenta. Ele foi em cima de tudo que era errado, mesmo contra o cara (João Dias). O ministério não parou os processos, e ele (João Dias) se rebelou por causa disso. O ministro cumpriu o seu papel, não pestanejou. O resto é espuma e tentativa de linchamento."
"Não houve, não haverá e não há prova contra mim” — Orlando Silva, ministro do Esporte, frase repetida como um mantra na audiência com a presidente Dilma
PMDB dobra ministro do Turismo
Na noite de quinta-feira, numa reunião no Planalto, o ministro Gastão Vieira (Turismo) desistiu de manter Suzana Dieckmann na Secretaria de Turismo. O ministro mudou depois de ser pressionado pelo vice Michel Temer e pelos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral). Para o cargo, ele vai nomear Fábio Rios, indicado pelo PMDB da Bahia. Mas Suzana será assessora especial e vai comandar o programa de formação de mão de obra para a Copa.
Jogo de corpo
O ministro Guido Mantega (Fazenda) esclarece que, no debate dos royalties, sua atuação se restringiu à defesa dos pontos de vista da União. Diz que não participou da decisão sobre a redistribuição dos royalties entre os estados.
Contra a maré
A bancada do Rio no Congresso fez uma avaliação e concluiu que a correlação de forças na Câmara, no debate dos royalties, é ainda pior para os interesses do estado do que foi no Senado. Os parlamentares apostam na decisão do STF.
CONVERSA AZEDA. Após audiência com a presidente Dilma, ontem, o governador Sérgio Cabral disse que está mantida a passeata do dia 10 de novembro, na Avenida Rio Branco, pelos royalties do petróleo.
REVOLTA. Já tem deputado do Rio falando em ir para a oposição, por causa dos royalties: "Eu não tenho problema nenhum, se esse projeto passar, vou para a oposição", disse o deputado Deley (PSC-RJ).
PARA POSTERGAR a decisão da Câmara sobre royalties, o deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) está sugerindo a criação de uma comissão especial. Isso evitaria uma votação direta em plenário.
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