domingo, julho 31, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Lei de Cotas não atinge meta em 20 anos
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 31/07/11

Após 20 anos em vigor, a meta do Ministério do Trabalho para a Lei de Cotas, que obriga empresas com mais de cem funcionários a contratar pessoas com deficiência, ainda não foi atingida.
Em São Paulo, 46% das vagas destinadas a profissionais com algum tipo de deficiência estão ocupadas.
O Estado é, ainda assim, líder em contratações pela lei. Em 2010, 32,7% das pessoas que foram contratadas trabalhavam em São Paulo.
"Gostaria que as fiscalizações fossem mais eficientes, não para multar as empresas, mas para conscientizar o setor produtivo", diz Linamara Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.
Nos últimos dois anos, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de SP mudou a fiscalização.
"Aumentamos o prazo das empresas de 120 dias para até 36 meses. Em troca, elas se comprometem a fazer programas de capacitação", diz José Carlos do Carmo, coordenador de inclusão do órgão.
Nem todas as companhias seguem as orientações da superintendência. Marcelo Oliveira, que desenvolveu doença nas pernas após acidente de trânsito, acaba de trocar de emprego. Ele não recebera nenhum treinamento.
"Assinei a carteira e, no dia seguinte, estava trabalhando como todos os profissionais."
O funcionário da NET Marcondes Silva, que teve má formação congênita na mão, seleciona pessoas com deficiência para a empresa.
"É comum candidatos nos procurarem por não se sentirem úteis onde foram contratados. As empresas pagam os salários, mas os deixam em casa, encostados."

O QUE ESTOU LENDO
Andrea Matarazzo, secretário estadual de Cultura (SP)
"Fordlândia", de Greg Grandin (ed. Rocco), é a atual leitura do secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo.
"É sobre o projeto ousadíssimo e gigantesco de Henry Ford para enfrentar o cartel da borracha. Foi derrotado pela praga nos seringais, [entre outras razões]. Ford copiou a arquitetura dos EUA, tudo de lá, e a adaptação ao Brasil não deu certo." Matarazzo também acabou de ler "Ébano Minha Vida na África" (ed. Cia das Letras), de Ryszard Kapuscinski.

CHURRASCO DE DOMINGO
Fazer churrasco está mais barato neste ano. Os preços das carnes compradas em açougue caíram 2,9% em junho na cidade de São Paulo.
Foi a sexta queda mensal consecutiva, segundo o IPV (Índice de Preços no Varejo), da Fecomercio SP. O principal motivo é o aumento da oferta no mercado interno.
A maior retração foi a das aves (-9,5%), seguida pela suína (-2,8%) e bovina (-1,6%).
Neste ano, as carnes acumulam queda de 9,5%.
O que aumentou a oferta interna foram restrições sanitárias de mercados como Rússia e África do Sul em relação à carne brasileira, de acordo com a Fecomercio.

COM QUE GRAVATA
Na hora de comprar uma gravata para usar ou dar de presente, o que escolher?
Grifes respondem que depende do gosto e do estilo de cada um, mas no quesito largura a tendência é a estreita.
Por que acessórios mais arrojados, como peças de tricô, não fazem sucesso no país? Gravatas de tricô, um clássico do século passado, foram reeditadas e são bem-aceitas na Europa e nos EUA.
"No Brasil, é artigo de nicho dos que têm gosto mais europeizado, mas estamos conquistando o brasileiro", segundo a Ermenegildo Zegna no Brasil.
Para Mariana Nassralla, diretora do Brasil Fashion, que controla a Salvatore Ferragamo no Brasil, "há duas formas de usá-las: o homem se veste no mesmo tom e o acessório acompanha a cor da roupa, e aquela em que a cor da gravata é diferente e se destacará".
Nassralla também diz que o brasileiro, porém, é menos audacioso. O mesmo ocorre com a gravata mais fina: apesar de comum na Europa, a largura tradicional ainda é a preferida aqui.
"Os brasileiros são mais conservadores. Gravatas de crochê ou estampas grandes nunca são as vendidas", diz Patricia Gaia, CEO do Grupo Armani Brasil.
Para a Ricardo Almeida, a de cerca de sete centímetros é adequada. As muito finas são ideais para magros, jovens e mais modernos.
Quanto às estampas, homens clássicos procuram diagonal e poá, em cores cinza, azul e vermelho. Os mais modernos querem tons como roxo, amarelo, laranja e verde.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION

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